quarta-feira, julho 25, 2007

E depois da derrota?

O que se passou no CDS nos últimos dias é preocupante. Mais preocupante que umas eleições perdidas é nada alterar para se ganhar as próximas.

Há muito que o CDS não apresenta aos eleitores elementos diferenciadores e distintivos que os convençam a votar nele. Recuando a 1975 os elementos distintivos estavam na doutrina. Nesses anos o CDS era o único partido que não defendia o Socialismo como via única para Portugal. Hoje isso não acontece. Tente perguntar a quem conhece, o que distingue o CDS dos restantes partidos e obtem respostas muito diferentes entre si ou não obtém respostas pura e simplesmente.

Em verdade o CDS procurou, nos últimos anos, esses aspectos distintivos no seu Líder e procurou sempre que ele funcionasse como um "motor" da sua campanha. Estes tempos passaram. Hoje este efeito do Líder é sempre passageiro e os partidos têm necessáriamente de se afirmar pelo que defendem para Portugal.

A conclusão do último conselho nacional, pelo que li na imprensa, para o descalabro que foram as eleiçoes de Lisboa foram para a escolha da lista, a estratégia da campanha e as fugas ao segredo de Justiça que, aparentemente, denegriram a imagem do Presidente do CDS (com efeitos na eleição). A solução foram moções de apoio a todos os que tiveram envolvidos na campanha e o anuncio de um processo contra o Estado pelas quebras do segredo de justiça.

E isto influencia de alguma forma as próximas eleições?

Não me parece.

O que me parece é que nas próximas, o processo de escolha das listas vai ser o mesmo, o processo de escolha da estratégia da campanha vai ser a mesma e por aí em diante. O CDS não aprendeu nada com esta derrota e caminha tristemente para outra derrota.

Não defendo uma vaga de demissões. Não acho que Paulo Portas se deva demitir. Não acho que se devam buscar culpados.

Acho que se deve avaliar objectivamente o que aconteceu (com recurso provavelmente a estudos de mercado) e se deve traçar um plano, com base nestas conclusões, para as próximas eleições e um processo que garanta o seu cumprimento.

Não sei responder nem avaliar o que aconteceu e muito menos tenho ideia do que se deve fazer. Sei muito bem que há um processo de avaliação, conclusão, plano e implementação que não foi feito e tem de ser feito.

Já não há espaço para "feiras", para lideres carismáticos, para personagens "bem falantes", para "amadorismos". Há um enorme eleitorado que não vota porque não o motivaram para isso e isso deveria ser muito motivante para o CDS. Para isso é preciso actuar "profissionalmente", conhecer profundamente quem são essas pessoas, preparar uma "oferta de ideias e ideais" e comunicá-las de forma coerente.

Não vejo nada disto a ser feito.

2 comentários:

  1. SEM COMENTARIOS!

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  2. O CDS já não representa ninguém:

    -os contribuintes foram perseguidos com requintes de malvadez pelos governos de Durão/Santana/Portas.

    -as famílias não tiveram direito a qq política de natalidade durante os governos de Durão/Santana/Portas.

    -as famílias não tiveram direito à liberdade de escolha na educação durante os governos de Durão/Santana/Portas.

    Assim, na Direita, continuamos a pensar: mais vale este que ao menos parece fazer alguma coisa...
    E se não votamos PS, ficamos em casa não votando CDS...

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