Gostei do discurso de vitória de Sarkozy, que me pareceu, de resto, um discurso moderado, sem nenhuma tirada violenta ou susceptível de impressionar espíritos mais sensíveis, mas reconheço – no que estou totalmente de acordo com o nosso Ventanias – que o seu pensamento tem facetas que são de molde a gerar alguma preocupação, sobretudo se vier a ter o apoio da maioria legislativa que se espera para poder encetar e consolidar certas reformas. Que ponha os franceses a trabalhar mais horas, tant bien que mal, que o assunto é deles, e eles que lá se entendam, mas o mesmo não se passará quanto às preferências europeias, ao controle do euro, ao reforço da ligação entre os “grandes” da Europa, ou à lógica, ao tom e ao sentido de um discurso que não se sabe bem se é apenas um discurso razoável, ao pretender colocar limitações ao reagrupamento familiar desordenado de emigrantes, ou antes, xenófobo ou nacionalista. Seja como for, a sua vitória tem o mérito inegável de significar uma viragem e uma mudança no panorama político francês, e de vir associada ao uso sem disfarces, nem tergiversações, de palavras como ordem, mérito e seriedade, que os nossos políticos acham excessivamente ásperas e pouco apelativas no contexto do confronto político e da propaganda eleitoral. Resta desejar os parabéns, e os votos de maior sucesso, ao novo monsieur le Presidént!
"...e de vir associada ao uso sem disfarces, nem tergiversações, de palavras como ordem, mérito e seriedade..."
ResponderEliminarO problema, cara Doutora Paula Faria, é que essas palavras a boca de Sarkozy não têm significado nenhum. São as palavras que os assessores lhe disseram que os eleitores gostavam de ouvir. Se fossem revolução, desordem, igualitarismo, ele tê-las-ia pronunciado também.
Sarko não representa nada de novo na política francesa e a França não vai conhecer nenhum novo ciclo, que não aquele que iniciou há muito e que a faz rebolar irreversivelmente pelas escadas da absoluta irrelevância cultural e política abaixo.
Pessoalmente, a vitória de Sarkozy deixou-me satisfeito e tranquilo, enquanto cidadão europeu. Ao contrário da Mme. Royal que me pareceu uma versão de saias do António Guterres (no estilo e na verborreia), o novo Presidente foi sempre desassombrado na campanha da segunda volta, e não caiu no vale tudo com que Segoléne pretendeu mais do que chegar a todos os Frnceses, chegar aos eleitores necessários para a colocar no Eliseu.
ResponderEliminarE depois, como cidadão da Europa fico muito agradecido a Mr. Sarkozy por ter colocado no bau das recordações a "mal formada" Consituição Europeia. E achei engraçado que o candidato à presidência se pronunciasse de forma inequívoca e sem rodeios, quanto à questão da Turquia.
Mr. Barroso e os Outros que se acautelem, porque Mr. le Président parece pouco interessado nos conteudos politicos formais, oriundos e Bruxelas.
Já foram ver o site do CDS?
ResponderEliminarTem um video com a declaração de vitoria do Paulo Portas e tem com tituli, discurso do Dr. Ribeiro e Castro!!!!!