Só soube esta semana que os médicos dos SAP vão passar a ficar em casa de prevenção à espera de serem chamados, reduzindo-se os custos do seu serviço para metade, e passando os mesmos centros a funcionar de noite só com um enfermeiro. Hoje o Público dava conta da perplexidade dos utentes destes serviços com a recente descoberta. Não sei se um serviço de atendimento permanente tem movimento que chegue para justificar um médico a tempo inteiro no período nocturno, calculo que isso varie de centro para centro, e em função das solicitações diárias, consigo perceber que o país não tem recursos para desbaratar e que é preciso sujeitar os serviços públicos a regras de boa gestão, mas um serviço de atendimento permanente a funcionar só com um enfermeiro não é de menos? A solução não parece ser satisfatória para ninguém. O enfermeiro fica sujeito a uma dose excessiva de responsabilidade na avaliação e encaminhamento da situação clínica. O médico arrisca-se a uma noite de “carreirinha” de casa para o serviço e do serviço para casa. E o utente, como sempre, corre o risco mais elevado de todos, porque entre más decisões e tempos de espera arrisca-se a sair do serviço em muito mau estado. E o serviço de atendimento permanente deixa definitivamente de ser um serviço de atendimento permanente para passar a ser um call center… E sabem o que irrita mais? É que estão a mexer profundamente num sistema (SNS) que lá ia funcionando. Não sei se o exemplo é o melhor, mas um dia o meu filho estava a brincar à beira mar com um camião que tinha uma escavadora que subia e descia em perfeitas condições, e de repente foi-se aproximando devagarinho outro miúdo com as mãos atrás das costas que, quando todos pensavam que ia pedir para brincar também, parou, ficou a olhar por um bocadinho e perguntou muito convicto e com as mãos atrás das costas: queres que to escangalhe?!
Temos que reduzir os gastos: emagrecer o "monstro".
ResponderEliminarA questão pode resumir-se a:
ResponderEliminarSe o caso é grave, tem que ir para o hospital onde haja meios para o tratamento,não há outra solução.
Se não for grave, pode esperar até ao dia seguinte,sob vigilância.
No meio há o problema da ansiedade do doente e da família.
Parece cínico, mas é assim!
Também digo que há que reduzir gastos. Acerca de monstros e buracos financeiros, todos os dias se criam outros, porventura de natureza bem mais supérflua e discutível que os monstrinhos da saúde...veja-se a OTA...
ResponderEliminarTenho que concordar consigo Paula. Também eu sinto que estamos a ser governados por imaturos que a única forma que sabem "brincar" é pela via do "escangalhanço".
ResponderEliminarE em relação ao comentário que subsequentemente deixou, estou ainda mais de acordo. De facto, o critério de quem gere o pouco que temos parece ser igual ao de quem dá de comer iogurte aos filhos, em vez de "carninha e peixinho", apenas para ter dinheiro para os vestir com roupas com um cavalinho bordado. Que a final ainda se endividam para as comprar...!
Este sistema (disponibilidade permanente - com inerente complemento remuneratório) já funciona há muitos anos quanto aos médicos-legistas.
ResponderEliminarSó que aí o estado de saúde do "presunto" não sofre deterioração significativa (quiçá alguma decomposição) e o "paciente" não se queixa.
Não concordo consigo, Paula.
ResponderEliminarHoje uma das notícias do dia refere-se à gestão autárquica dos hospitais, o que quanto a mim irá ser outro tiro no SNS. É que já não é só emagrecer o "monstro", é "endossá-lo" sabe-se lá com que riscos...
ResponderEliminarO conceito de SNS é das melhores coisas que temos.
ResponderEliminarMas ao nível da gestão, da descentralização, da racionalização de meios, de complementaridade com os Privados,do mérito, da responsabilização, há muito que fazer!
E não é preciso sair do País,pois temos serviços e profissionais do melhor que há em todo o Mundo!
Eu tb não quero dizer que não se possa melhorar o sistema, só receio medidas não integradas, avulsas, orientadas apenas por critérios de "meios", que a certa altura transformem o serviço público gratuito ou numa secundarissima escolha, porque fraco, e de má qualidade, ou numa sub espécie de serviço privado com preocupações de ganho e de não perda (sendo que a perda neste tipo de serviço me parece inevitável e tem que ser suportada por todos). É só isso.
ResponderEliminarOs xamados porcosdos jornais nao dizem nada! porque sera?
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