quarta-feira, abril 04, 2007

O PSD e a OTA

O que aqui já deixei escrito é mais do que suficiente para que mesmo quem não me conhece saida que tenho todas as dúvidas sobre a construção da OTA.

O que não aceito é que o líder do principal partido da oposição venha criticar uma decisão desta magnitude, oferencendo como única alternativa a "necessidade de um consenso técnico alargado".

Por amor de Deus!

As decisões políticas, como são todas as que interferem na coisa pública - o nosso dinheiro - e no futuro, não podem nem devem ser tomdas por técnicos. O papel dos técnicos é dizer-nos quanto custam as opções políticas; se são realizáveis; quanto custa minorar os seus aspectos negativos; quanto custa as implicações que tenham noutros aspectos da vida colectiva; etc, etc, etc. Mas nunca imporem-nos um qualquer "consenso técnico" determinantes de decisões políticas.

Seria o mesmo que dizer-mos que quem deve tomar a decisão de divórcio de um casal é o conselheiro matrimonial. Ou que a decisão de casar devia resultar de um consenso entre o padre, os pais dos dois candidatos e o conservador do registo civil (os técnicos envolvidos).

Oposição precisa-se.

PS. Esperemos que sejam este tipo de questões que motivaram o nosso futuro presidente (ou muito me engano) do CDS, vulgo Dr. Paulo Portas.

5 comentários:

  1. Sabe que esta questão é de uma importância fundamental no país dos nossos dias e vem de muito longe.

    Amiude, lê-se nos jornais, esta frase " contra o parecer da comissão técnica..." como se fossem os técnicos que tomam a decisão!

    E, pior do que isso, como se o decisor político tenha que decidir conforme o parecer técnico,lançando desde logo, o anátema da dúvida, sobre o político que a tal ousar!

    Durante 5 anos lutei contra este estado de coisas.Lutei contra o sistema e contra o jornalismo de sargeta que nunca me quiz ouvir, preferindo estar ao serviço dos técnicos, que há muito, estão organizados para serem eles a ter a última e a única palavra.

    Assunto para desenvolver aqui no Nortadas!

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  2. Há uma circunstância em que eu não me oponho à constrrução da OTA:

    1º Separem o aeroporto do Porto e de Faro da ANA. (os das ilhas já estão, não é?), ou seja, reduzam a ANA ao aeroporto de Lisboa.

    2º Privatizem a ANA, com o compromisso de construiur um novo aeroporto para Lisboa.

    Depois digam se os tais privados mortinhos por investir na OTA ainda o estão.

    Ficarão três aeroportos em Portugal Continental com gestão independente e concorrencial uns com os outros e com os aeroportos da Galiza, Andaluzia, Estremadura, etc...

    VÁ FORÇA!

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  3. O que motivou Portas não tem nada a ver com OTA, com o analfabetismo, ou o deficit.
    Como é que é possível que pessoas cultas e inteligentes como o Ventanias julgem que Portas está preocupado com o País...

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  4. Disse bem, ó anónimo. Acontece que eu não "julgo" Paulo Portas. Não é esse o meu papel. Espero, porém, que vossamercê esteja enganada. Se estiver, oferecerei o meu leal contributo ao futuro presidente do CDS. Se não, oferecer-lhe-ei a minha leal oposição. Há um Portugal possível com que eu sonho. Sinto que a minha vocação é trabalhar para que não seja eu o único a acreditar nele.

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  5. Meu caro SG,

    Há vários posts atrás, também eu aqui defendi que a primeira coisa a fazer sobre a Ota ou qualquer outro potencial aeroporto internacional de Lisboa, que procurei contextualizar numa política integral de transportes, era a privatização do que chamei de "aninhas": não só a do Porto e a de Faro, mas todas as outras que na sociedade civil provocassem apetite: Beja, Figueira e todas as demais que por aí haja...

    Para isso ser possível, porém, é preciso acreditar que não é no Terreiro do Paço que se tomam as melhores decisões; ora, não está à espera que isso venha de um governo socialista, pois não?

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