sábado, outubro 14, 2006

Uma questão II

Parece-me que o Mexia não tem razão quanto ao seu último post.

Não está em causa, ainda, o CDS tomar posição quanto ao aborto. Está apenas em causa a posição do CDS quanto à convocação do referendo. Ou seja, saber se o CDS quer ou não a realização do referendo.

Há de facto no CDS quem ache que o CDS deve ser a favor da realização do referendo. É o caso do líder da JP.

Há também no CDS quem ache que "a vida humana não se referenda", e essencialmente por isso é contra a realização do referendo.

Há por fim quem defenda que o CDS deve abster-se na votação sobre a convocação do referendo. É o meu caso. Eu não promovo a realização do referendo, mas não me oponho à sua realização. Mais ainda: quando se colocou a hipótese de a lei do aborto ser alterada na AR com os votos favoráveis dos deputados do PS, do PCP e parte dos do PSD, eu achei que a única forma concebível de alterar a lei era através de um referendo. Neste específico contexto de maioria de esquerda no parlamento, a realização do referendo é uma vitória (porque a alternativa é a alteração da lei na AR).

Percebo aqueles que são contra a realização do referendo. Simpatizo com os seus argumentos, mas parecem-me descontextualizados. Quero dizer, neste actual contexto prefiro não impedir a realização do referendo.

Também percebo aqueles que defendem a realização do referendo, mas já não sinto grandes afinidades (intelectuais) com a sua argumentação.

A abstenção quanto à convocação do referendo é um voto expresso, consciente e de convicção.

Questão diferente desta é a de saber como é que cada um de nós deve votar no referendo. Sobre essa o CDS não se pronunciou ainda. Mas quando se pronunciar será (imagino eu) no sentido de se opor à alteração da actual lei (num sentido que seja mais limitativo da defesa da vida humana).

Sem comentários:

Enviar um comentário