Já para não falar na estreiteza da visão que conduz a que se dupliquem percursos em auto-estrada antes de se completarem ligações vitais da rede rodoviária nacional à rede viária espanhola; qualquer pessoa que já tenha viajado entre além Pirinéus e o Centro e Norte do País sabe que o actual estado das ligações rodoviárias é, no mínimo, negligentemente criminoso – são os casos das IP 3, 4 e 5. Obviamente agravado pela inexistência de adequadas ligações ferroviárias.
Ninguém duvida que o Porto e Lisboa devem estar ligados por via ferroviária a velocidades mais modernas. E isso até pode implicar a construção de uma nova linha ou de um novo corredor ferroviário. O que parece incompreensível é que se proceda à sua construção sem avaliar as alternativas possíveis – que partes da actual linha estão sobrecarregadas e quais podem ser optimizadas, por quanto tempo; por onde deve passar um eventual novo corredor para se prosseguirem os objectivos de desenvolvimento económico e ordenamento do território que devem ser equacionados, caso se opte por essa solução; que estratégia de política de transportes se irá prosseguir com qualquer das opções que seja retida; enfim, que sentido faz a utilização dos nossos parcos recursos em projectos desta dimensão e com que prioridade.
A mim não me parece um sonho desejar que o País opte por ligar o melhor possível o máximo das suas regiões ao maior número de destinos Ibéricos, Europeus e Mundiais. Por via terrestre, aérea ou marítima.
E que optimize o aproveitamento das vantagens que a geografia nos deu, como soube fazer à época dos descobrimentos: ser o último da Europa também significa ser o primeiro para quem vem de lá; todas as moedas têm dois lados, é só uma questão de escolher o lado da moeda que se prefere…
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