Ainda assim, o que se acaba de afirmar não responde à questão de o País, eventualmente, necessitar de um grande, ou maior, Aeroporto Internacional, que permitisse as necessárias conexões de voos para outros destinos – um aeroporto plataforma, para simplificar.
Certo é que nada determina que esse aeroporto se tenha de situar na região de Lisboa, numa perspectiva verdadeiramente nacional, a não ser que essa seja a melhor solução. Sobretudo se a decisão de criar um aeroporto plataforma for complementar de uma opção pela maximização do potencial dos demais aeroportos nacionais – se o objectivo principal é combater a perificidade, o que se pretende é trazer o maior número de ligações aéreas ao País, independentemente da origem e do destino dos respectivos passageiros.
E digo eventualmente necessitar de um aeroporto plataforma, porque se o objectivo for o de reduzir a perificidade, então até a possibilidade de um recurso mais intensivo a outros aeroportos plataformas já existentes deveria ser equacionado: só uma concepção mesquinha das necessidades e dos interesses do País pode renunciar a equacionar, por exemplo, um maior aproveitamento das potencialidades de Barajas, em Madrid (Oh! escândalo!!), para melhor ligar o País a outros destinos mundiais…
Vejamos: pretende-se diminuir a perificidade; isso implica "ligar" o país ao Mundo; pois bem, porque não avaliar comparativamente os custos de fazer essa ligação a um novo aeroporto e a um aeroporto já existente, como o citado no exemplo? Em última análise, demora quase tanto voar do Porto, ou de Faro ou da Madeira, para Lisboa como para Barajas…
No actual contexto de integração europeia e económica, não me parece que o argumento da independência nacional seja pertinente ou, pelo menos, decisivo nesta consideração.
Mas admitamos que é, quer porque é impossível negociar uma utilização de Barajas adequada aos interesses nacionais, quer porque é considerado importante assegurar a existência de um aeroporto com a função de plataforma em território nacional. Resta obviamente saber se existe mercado para tal (em condições concorrenciais, como é lógico). Mas, ainda aqui, admitamos que sim.
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