terça-feira, maio 23, 2006

NÃO HÁ PACIÊNCIA

Não li o livro de Manuel Maria Carrilho, nem faço tenções de ler, mas, se isso me pode naturalmente dificultar a crítica ao seu conteúdo, pese embora os amplos excertos publicados em todo o lado, já não me impede de comentar as performances televisivas do autor.
Como ponto prévio, queria fazer duas observações.
Em primeiro lugar, nada me move contra Manuel Maria Carrilho, que até defendi neste blogue por ocasião da história do aperto de mão. É uma personalidade que não me incomoda, apesar de ser óbvio que ele irrita imensa gente, mas também não me desperta uma admiração por aí além. Não conheço a sua obra académica, defeito meu, e no campo político não temos a menor afinidade.
Por outro lado, confesso que não percebo muito bem que o livro se tenha tornado num tema obrigatório e nacional. Dá até a ideia, perdoe-se-me a ironia, que Manuel Maria Carrilho contratou uma excelente agência de comunicação. É certo que acredito na profecia de Pacheco Pereira e admito que daqui a quinze dias já ninguém ligue muito à obra e às suas teses. Só que não vejo razões para o generalizado entusiasmo mediático que por aí vai. Há povos felizes e nós devemos ser um deles a avaliar pelos temas que nos ocupam nos últimos tempos: as queixas de Manuel Maria Carrilho e as birras de Scolari.
Posto isto, depois de ver as aparições televisivas de Manuel Maria Carrilho (com Judite de Sousa e no programa de Fátima Campos Ferreira) fiquei extremamente desiludido. Esperava mais espessura, mais substância, mais argumentos, mais concretização, mais ginástica e flexibilidade na resposta às críticas, mas não vi nada disso. Parecia mesmo que queria corresponder à caricatura que dele fazem os seus adversários. Muito barulho para nada. Se Manuel Maria Carrilho queria melhorar a sua imagem, duvido muito que o objectivo tenha sido alcançado. Espero, ao menos, que tenha vendido bem, como tudo leva a crer, mesmo que diga que não quer tirar renda das suas ideias.

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