No passado o culpado era sempre o mordomo. Fosse qual fosse o motivo da acusação acabava sempre na pobre personagem. Os tempos passaram e eis que há novos culpados. As agências de comunicação.
Para quem desconhece a existência de agências de comunicação e o que elas fazem, sossego-os desde já dizendo que não comem crianças ao pequeno-almoço nem têm capacidades de fazer aparecer o sol em dias de chuva. E sim sou possuidor de metade de uma agência de comunicação.
Com mais ou menor mestria, com maior ou menor sabedoria, o objectivo das agências de comunicação resume-se a potenciar as qualidades dos seus clientes e a minorar as suas fragilidades, difundir as suas ideias, comunicando-as da melhor forma possível. (ok esta é a versão purista e pela qual eu me gosto de rever e pautar o meu dia-a-dia).
Clientes esses que podem ser as empresas mas também os políticos ou até clubes de futebol. Mas o que está na berlinda é a relação entre os políticos e os novos mordomos.
Voltando às agências, diria que fazemos uma série de actividades, usando diversas "ferramentas" sempre com os ditos dois objectivos e seguindo o código de estocolmo, que nos enquadra enquanto bons rapazes.
Dito isto regressemos aos nossos dias e à chacina pública e notória que tem sido a eleição directa no PS. Costa acusa Seguro de que diz o que as agências de comunicação o mandam dizer. Seguro vem explicar-se e afirmar que não tem agências de comunicação envolvidas na sua campanha.
Mas as nossas costas são tão largas que também somos os maus da fita no suposto caso de Luis Filipe Menezes. E Costa volta ao ataque. Que Seguro partilha com Menezes as agências de comunicação. Do género "eles usam a mesma seringa",
E claro que vamos continuar na berlinda. Não só porque vai ser conveniente a muita gente mas por muito por culpa própria. "Em casa de ferreiro espeto de pau" é o melhor que podemos apontar como explicação para este óbvio caso de má reputação.
Procurando enquadrar o cenário em que nos movemos, diria que temos um triângulo muito pouco amoroso mas seguramente muito interesseiro: agências de comunicação, os políticos e a comunicação social. Ver Luís Paixão Martins e Rui Calafate sobre a ligação das agências de comunicação e os políticos e o trabalho que podemos fazer, dando credibilidade e facilitando os trabalhos de todos.
E nós estamos sempre no meio. Apertados pelas necessidades dos clientes, condicionados pela receptividade dos jornalistas. Acabamos por ficar no meio. Gerindo informações e motivações.
Para uns somos os culpados dos seus falhanços mas nunca parceiros das suas conquistas, para os outros somos os empecilhos a uma informação livre mas nunca uma boa fonte a que recorrem quando querem informação fresca. Deus quanta injustiça.
Claro que os seres humanos não são perfeitos e a vida real é feito pelos ditos e não por super-heróis de banda desenhada.
Lá continuaremos neste processo de escárnio e mal-dizer em que os consumidores de informação, espécie em via de extinção, são obrigados a separar o trigo do jóio.
Pela minha parte penso que será mais tranquilo dedicar-me a treinar cangúrus no parque da cidade. Mas assumo aqui que fiz, faço e farei comunicação política. E que nunca cometi nenhum dos pecados que temos sido acusados.
Mostrar mensagens com a etiqueta comunicação e politica. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta comunicação e politica. Mostrar todas as mensagens
quinta-feira, setembro 25, 2014
domingo, dezembro 06, 2009
segunda-feira, novembro 09, 2009
O 4º Poder ou mais do que isso
Os media são considerados o 4º poder, mas parece que o PS de Sócrates o tem em melhor conta. Depois da história da TVI temos agora o "amigo Joaquim" e as suas dificuldades financeiras. E a Ongoing pelo meio. É grave muito grave. Mas o principal problema não é Sócrates e Vara falarem sobre os media. O que que é grave mesmo é que as conversas destes senhores acabam por terem consequências. Por isso será interessante seguir o que se vai passar no grupo do "amigo Joaquim". No outro dia diziam-me que quem estava comprador da "Controliveste" era o grupo Lena. Portugal é mesmo um pais pequenino de gente pequenina e habituada à "mama" do estado.
quarta-feira, julho 01, 2009
4º poder
Decididamente a comunicação assume-se como o 4º poder. Em especial em ano de eleições. A guerra desencadeada pela possivel compra da TVI pela PT ainda vai no adro mas já levou a que pessoas normalmente "silenciosas" como Henrique Granadeiro viesse fazer acusações. Ao PSD claro. E acredito que a subida de acusações venha a subir. O desejável é que uns e outros, PS e PSD, atirem as pedras todas, partam os telhados de vidro que uns e outros têm nesta matéria. É triste pensar que basta mudar de posição, de poder para oposição e vice versa, e logo mudem também as perspectivas dos assuntos. Não temo pela desagregação do sistema, mas como alerta o ventanias em post sobre o Maddoff é que anda sempre tudo a assobiar para o ar até que nos pisem os pés. Mas voltando à questão da comunicação social muito gostaria que se esclarecessem uma série de assuntos. Para bem do sector.
segunda-feira, junho 22, 2009
Pois claro
Mas já conseguiu identificar o que correu mal nessa campanha? Foi um problema de comunicação ou um problema do candidato Vital Moreira?
Não acompanhei a campanha. Não me interesso especialmente pela actividade política e estive parte do tempo fora do País. Tenho dificuldade em proceder a uma análise séria sobre o que ocorreu. Mas faço parte do grupo daqueles que, tendo sempre achado que as eleições seriam difíceis para o PS, ficaram, mesmo assim, surpreendidos com o dramático abstencionismo entre o eleitorado do PS. E não sei o que seria se o próprio Eng. José Sócrates não se tivesse envolvido, como se envolveu, na parte final da campanha.
Interessante esta resposta de Luis Paixão Martins em entrevista ao i. Estou em crer que, ao contrário do que afirma LPM, estas eleições se vão desenrolar muito com base no Marketing e na Comunicação. Não serão de todo o factor decisivo mas serão com toda a certeza um dos factores. Agora não pensem que as agências de comunicação são a salvação para todos os males.
Mas também não vale a pena pensar que o povo Português acredita que um animal feroz de repente se tornou um cordeirinho e que não terá recaídas.
Não acompanhei a campanha. Não me interesso especialmente pela actividade política e estive parte do tempo fora do País. Tenho dificuldade em proceder a uma análise séria sobre o que ocorreu. Mas faço parte do grupo daqueles que, tendo sempre achado que as eleições seriam difíceis para o PS, ficaram, mesmo assim, surpreendidos com o dramático abstencionismo entre o eleitorado do PS. E não sei o que seria se o próprio Eng. José Sócrates não se tivesse envolvido, como se envolveu, na parte final da campanha.
Interessante esta resposta de Luis Paixão Martins em entrevista ao i. Estou em crer que, ao contrário do que afirma LPM, estas eleições se vão desenrolar muito com base no Marketing e na Comunicação. Não serão de todo o factor decisivo mas serão com toda a certeza um dos factores. Agora não pensem que as agências de comunicação são a salvação para todos os males.
Mas também não vale a pena pensar que o povo Português acredita que um animal feroz de repente se tornou um cordeirinho e que não terá recaídas.
sábado, janeiro 03, 2009
Ano sabático
Para o comum dos mortais o nome Luis Paixão Martins poderá nada dizer. Ainda menos o blog, Lugares Comuns, que mantinha com uma regularidade e acutilância própria dos senadores. Agora LPM decidiu que durante um ano nada de escritos no Lugares Comuns. É sem dúvida uma baixa de vulto nos blogs de comunicação. As razões não as divulgou, mas eu acredito que se prendem com um ano que se preve de grande actividade politica.
Subscrever:
Comentários (Atom)
