sexta-feira, janeiro 02, 2015

Preservar a Qualidade dos serviços de Saúde


Constantino Sakellarides, especialista em Saúde Pública, denunciou, no princípio da semana, dois erros crassos do atual ministro da saúde. O primeiro foi impor um limite à abertura de Unidades de Saúde Familiar (USF). O segundo foi o excessivo recurso a empresas de prestação de serviços médicos, uma solução cara e de qualidade duvidosa.

1. As USF são a grande inovação dos Cuidados de Saúde primários dos últimos anos. Elas resultam na descentralização e na autonomia dos prestadores de saúde que se organizam em função dos utentes e (pela primeira e única vez no SNS) com verdadeiros prémios de produtividade para os profissionais. É consensual considerar que as USF têm maior eficácia na prestação de cuidados mas como “produzem” mais, acabam por ser mais caras (no imediato).

2. O recurso às empresas de prestação de serviços médicos e de enfermagem deve ser feita pontualmente para corrigir falhas temporárias nos cuidados de saúde. Sustentar o SNS por meio destes "serviços" como o ministro tentou há cerca de dois anos é um erro gravíssimo porque significa o desmantelamneto do SNS como o conhecemos. É uma solução mais cara no curto e médio prazo e não permite uma adequada diferenciação de profissionais. . No limit, os doentes deixam de ter o seu médico, passam a ter o médico que naquele momento a empresa disponibiliza. Os únicos beneficiários são as referidas empresas que ficam com mais de metade dos honorários (os tais honorários provavelmente atirados para as capas dos jornais por algumas administrações hospitalares ou mesmo, quem sabe, pelo próprio ministério da saúde...)




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