quarta-feira, janeiro 07, 2015

Luto

Não consigo deixar de pensar numa conversa que tive há uns tempos com um amigo muçulmano. Chocava-o o facto de eu, católico praticante, ser um fã incondicional dos Monty Python; de ter visto vezes sem conta a Vida de Brian e o Sentido da Vida. Sim, rio-me com boas piadas sobre a Igreja, como me rio quando algum amigo faz uma piada bem apanhada sobre mim. Não respeito menos a Igreja a que pertenço por me rir com uma caricatura que dela é feita. Não me diminuo se me rio quando alguém me amplia satiricamente um ou outro tique que consolidei com os anos.
Há ainda uma outra vertente, a das piadas que não têm piada nenhuma, pelo menos na minha opinião ou no meu gosto. Lembro-me em particular de um preservativo no nariz do Papa e de alguns cartoons sobre os casos de pedofilia na Igreja. Zanguei-me? Nem por sombras! Impor os meus gostos ou convicções, é coisa que não me passa pela cabeça. Defendê-los com garra e em respeito para com outras opiniões, é algo de que não abdico. É assim que se vive em democracia e liberdade, é assim que não podemos deixar de viver.
Por tudo isto, e porque temos de partilhar o espaço que este mundo nos proporciona, a tal conversa não me sai da cabeça.

1 comentário:

  1. Mas, meu caro, rir de nós próprios só será sintoma de inteligência.
    Como o será não rir do que não tem graça.
    (não confundir com não rir por não perceber a graça...)
    Já agora, a do preservativo no nariz do papa até esteve bem engendrada, (penso eu de que...) e, em termos comunicação, teve muita força.

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