segunda-feira, novembro 10, 2014

O nosso umbigo

Os Estados Unidos, a China, o mundo muçulmano e a Rússia, por diferentes motivos, com diferentes objectivos, já deixaram bem claro a consideração que têm pela Europa por pensamentos, palavras, actos e omissões. 
Na Europa, ofendemo-nos com o desinteresse americano, criticamos o protagonismo chinês, tentamos compreender as raízes profundas do ódio muçulmano e não levamos suficientemente a sério a permanente ambição imperialista da Rússia.
Em síntese, vivemos na persistência do erro que, por exemplo, no passado levou à queda da China imperial. O eurocentrismo do século XXI corresponde ao cinocentrismo do século XIX. O mundo não quer saber das ambições autoritárias de Merkel, do desnorte patético de Hollande ou do populismo irresponsável de Cameron. O mundo terá em conta uma Europa que fale a uma só voz com coesão interna, que detenha um sistema de defesa comum articulado e eficaz, que se assuma como um bloco estrategicamente uno, actuante, virado para o mundo. Tudo o resto, lembra em demasia os Imperadores do oriente oitocentista.


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