O Seguro tirou um
coelho da cartola : diz que quer a reforma do sistema eleitoral.
Há cerca de três
anos discursou sobre o tema aqui no Porto, num jantar na Fundação Cupertino de
Miranda, onde admitiu que se devia mexer no assunto. Mas nunca mais buliu.
Agora, em desespero por antecipar a derrota do dia 28, reaparece com vestes de
reformador a ver se recupera votos, quando afinal nunca propôs nada sobre esta
matéria durante todos os anos em que militou no seu partido, se sentou no
Parlamento ou vegetou nos governos do Eng° Guterres. A esta nova demonstração
do oportunismo estrutural que o caracteriza não será estranho o facto de uns
dias antes ter sido divulgado um manifesto subscrito por trinta personalidades
a exigirem a reforma do sistema eleitoral. Enfim...
Dito isto,
escangalho-me a rir com as reacções assustadas dos apoiantes do Sr. António
Costa e em particular com a ressureição de um tal Lacão, que viu aqui uma boa
ocasião para provar que não é um zombie embora continue a ser um estafermo de
perna curta. A esperteza do Sr. Seguro traz outros danos colaterais: o ataque
de epilepsia do Bloco. Que circo!
O actual sistema
eleitoral é uma teta pôdre onde chupam os aparelhistas dos partidos com assento
parlamentar. Transformou a nossa democracia numa ópera bufa e fez desses
partidos umas seitas manhosas. Alterar o sistema de listas é desde há muito
tempo uma medida de higiene pública urgente. Extirpar a dita ‘representação
nacional’ da piolheira de indolentes que por lá se arrastam é uma tarefa
indispensável se o país quiser merecer respeito e, para tanto, a vassoura mais
indicada seria a mudança do próprio sistema que permitiu um tal certame de
lacaios e um tal enxovalho nacional. Faça-se, sim, a reforma do sistema
eleitoral e talvez com isso algo se regenere no seio dos partidos vigentes. Com
um outro benefício: mudando-se o sistema talvez nos possamos despedir
defintivamente de gente como o Sr. Seguro.
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