quinta-feira, agosto 14, 2014

Salas de chuto em período de silly season

A temática das salas de chuto voltou às primeiras páginas dos jornais.

O Bloco de Esquerda tinha que marcar a agenda política com os seus temas preferidos. Com efeito as manchetes estavam a ser ocupadas pela socialista Isabel Moreira mais as suas fotos na praia.

Talvez por isso me tenha lembrado de uma grande senhora que tanta falta faz na politica." A vereadora do CDS-PP Maria José Nogueira Pinto é a única que contesta qualquer solução cujo objectivo seja o consumo de drogas em espaços autorizados. "

E ela era das que sabia do que falava, claramente uma profissional com provas dadas na área social. De 2006 até hoje passaram 8 anos e nada aconteceu. Em 2007 o tema foi falado e discutido na cidade do Porto e eu mesmo aqui abordei o assunto. Sete anos se passaram e a minha opinião continua a balancear para ser contra. Mas a questão não pode ser vista no prisma da chincana política.

Pode ser que em Setembro quando o PS resolver a sua questão da liderança e o bloco perceber o tamanho da sua insignificância se convençam que o tema do combate à toxicodependência deve ser prioritário mas nunca apenas na perspectiva do apoio a quem a ela se entregou voluntariamente.

E não me venham com o exemplo de Christiana em Copenhaga. Conheço-a pois já a visitei por duas vezes. Sim duas. A primeira vez tinha eu uns anos menos, estávamos em 82/83, e claro que a minha curiosidade era enorme. Acabei apedrejado quando tentava tirar uma foto ao placard na entrada do bairro. A experiência da visita é história para outros momentos.

Voltei a Copenhaga para apoiar a selecção Portuguesa para o euro 2012 e já com os meus cabelos brancos regressei a Christiana. Fotografei sem problema pois o telemóvel faz maravilhas e o negócio agora é visto com olhos da pubicidade/comunicação. .

Voltando a Christiana, não creio que os seus habitantes fossem os mesmos. Mas ainda assim aos meus olhos tudo foi diferente, pois com 18 anos e na altura em que foi tudo era novidade, tudo era liberdade e tudo era modernidade. Mas agora o meu olhar não foi o mesmo. Infelizmente já conheci muitos exemplos do que a droga é capaz de fazer

Hoje, sou capaz de, a custo muito custo, aceitar a bondade da defesa da não criminalização do consumo de drogas leves. (sei onde muitos acabam mas ainda assim.....), mas custa-me aceitar que a sociedade em geral tenha que suportar custos com a decisão de uns poucos. O direito das minorias não se pode sobrepor ao direito das maiorias.

Haja vontade de um combate sério e eficaz. Mas não vacilemos perante a demagogia e o negócio.


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