O
estado é alimentado pela economia.
A
papinha são os impostos que desta retira.Um estado obeso precisa sempre de mais alimento.
Que retira da mesma economia.
Emagrecendo-a.
Para comer melhor, encomenda ainda alimentos a outras economias.
Factura que depois atira também para a sua economia.
Emagrecendo-a cada vez mais.
A ponto de esta ficar doente e sem força para trabalhar.
Depois acusa-a de não crescer.
Uma economia assim explorada não tem incentivo para crescer.
Tão pouco para ser mais eficiente!
Mas continua a necessitar de se alimentar a si própria.
Para tanto recorre também a outras economias.
Endividando-se desmesuradamente!
A economia é um combóio em movimento.
O maquinista sabe por onde deve ir.
Os passageiros também e confiam no maquinista.
Mas o estado vai mudando a agulha aos carris.
Desviando o combóio e assaltando carruagens.
Pois as elites que o suportam também precisam de muito alimento.
Por vezes o estado recruta elementos da economia.
Assim a pretendendo iludir que o combóio ficará mais seguro.
Conta-se que uma vez o fez com alguém da sua economia que protestava com o alimento que era confiscado à carruagem-restaurante.
Os passageiros desta ficaram radiantes.
O confisco continuou.
O não crescimento da economia também.
Tempos atrás as outras economias voltaram a dizer:
- Alto e pára o baile!
O estado implorou:
- Mas eu tenho muita fome!
Retorquiram elas:
- Então retira o que precisas da tua economia!
- Fá-la trabalhar mais, se necessário chicoteia-a
- Até lá nós abastecemos, uma vez mais, o teu celeiro.
- Mas que fique claro, queremos tudo de volta e com juros!
- E vamos enviar três dos nossos cobradores para te fiscalizarem.
Vem esta história, que dura e infelizmente bem sabemos não ser da carochinha, a propósito do sem número de professores televisivos e de coluna jornalística que não se cansam de nos assediar com afirmações solenes de que todo o problema reside apenas na economia.
“É a economia, estúpido!” é frase já célebre que alguns insistem em recordar.
Muitos até ilustram as suas análises com números desalinhados em gráficos que mostram à saciedade o que todos sabemos: há já mais de 15 anos que, por cá, a economia deixou de crescer.
Depois lá nos tentam impingir que o problema não está no estado mas apenas na economia, pois que se esta crescer já gera riqueza suficiente para alimentar as gorduras do estado e das elites que o (des)governam, concluindo sempre, com o ar inteligente de quem descobriu a pólvora, que o que é preciso é pôr a economia a crescer.
Dito isto, terminam a aulinha sem dar uma única dica de como se poderá fazê-lo.
Tenho para mim que estas afirmações se baseiam num perigoso raciocínio que pretende separar a economia do estado, tudo como se de duas realidades completamente autónomas se tratasse.
Nada de mais errado!
O estado e a economia não só são interdependentes, como ainda a economia só é, e só será, o que for a política que informa e governa o (ou se governa do) estado.
Quando se criam condições favoráveis a economia acontece. Quando não, definha.
O problema não está pois na economia, mas tão só no estado.
Ou dito mais simples ainda: É a política, estúpido!
Sem comentários:
Enviar um comentário