segunda-feira, maio 12, 2014

Oh mãe, o pai está na tv!


Os pais são pessoas importantes e influentes nas nossas vidas.
Uns ensinam-nos a crescer, entregando-nos ao futuro com autonomia.
Outros deixam-nos dependentes deles e entregues ao passado.
 
A nossa democracia, e muitas das suas instituições, é ainda jovem. Só poderemos dizer que atingiu a maturidade quando a assumirmos em plenitude no interior das nossas cabeças. Até lá, até pensarmos e agirmos democraticamente, não passa de uma democracia formal. Até lá também se vai chamando pelo pai:
 
Se a discussão versa instituições do regime democrático, logo as tv’s chamam ao ecrã o que apelidam de “pai da democracia” e lá temos de gramar Mário Soares.
Se a evolução respeita a cuidados de saúde, logo chamam o “pai do SNS” e lá temos de nos entediar com António Arnault.
Se a coisa pode mexer com normas constitucionais, logo chamam o “pai da constituição” e lá temos de aturar Jorge Miranda.
Se respeita à comemoração do vinte-e-cinco-barra-quatro, logo chamam os “pais da revolução” e lá temos de levar com Vasco Lourenço.
Se incide sobre pensões logo chamam o “pai adoptivo das ditas” e lá temos de ouvir Bagão Félix.
 
Em todas estas situações sempre os “pais” reafirmam às tv´s que o passado é que é bom e que devemos resistir a toda e qualquer mudança.
 
Mas a vida nunca pára, antes sempre evolui, adaptando-se ao presente ou a um futuro que já não é como era no tempo dos nossos pais.

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