domingo, janeiro 26, 2014
A questão da ADSE II
O modelo mutualista da ADSE é interessante porque os mais ricos contribuem mais e os mais pobres menos, é um sistem que não tem limite de idade e o mesmo desconto não limita o número de filhos. Também não nega medicamentos inovadores, está presente numa ampla gama de locais com convenção direta e permite que o doente escolha o profissional de saúde convencionado (ou não).
É um modelo cujo conceito é um contraponto ao nosso SNS que é centralizador, burocrata e caro (o custo de tratamento per capita da ADSE é menor do que no SNS).
Há um outro aspeto a considerar. A oferta de serviços (e o seu custo e risco inerentes) é feita por privados pelo que o Estado funciona apenas como regulador e financiador. Evitam-se os inúmeros casos conhecidos (por todo o SNS) em que a oferta pública de serviços é de duvidosa utilidade ou redundante.
Na minha perspetiva, um não substitui o outro (o modelo organizativo do SNS, a meu ver, deve ser preservado) mas é importante refletir neste modelo mutualista que é o modelo existente na maioria dos países do norte da Europa em que o Estado confere a possibilidade aos cidadãos terem seguros de saúde prestados por entidades que não têm que ser obrigatoriamente públicas.
O financiamento da saúde é, portanto, uma questão central, certamente fraturante na sociedade portuguesa mas que deve ser debatida sem preconceitos.
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Vai daí, então também quero ser ADSE.
ResponderEliminarTambém eu queria, mas o Estado não me deixa... A ADSE neste momento para quem ganha bem não é um seguro barato, mas tem vantagens indiscutíveis quando comparado com os seguros comerciais. Para um vencimento anual de €50.000, o beneficiário desconta
ResponderEliminar(0.0375*50000) €1875/ano, o que não é pouco.
No entanto, quem tem o azar de ter um doença cujos tratamentos sejam caros e prolongados a probabilidade de os seguros comerciais recusarem a comparticipação não é, de todo, negligenciável.
Caro Miguel,
ResponderEliminarEste último agravamento da taxa de comparticipação para a ADSE foi, ao que me parece, uma péssima opção. O agravemento da taxa deveria ser acompanhado de um plafonamento da contribuição máxima (não me pergunte que valor, mas diria algures pelos 1.000 euros/ano). Da maneira que está, e para um seguro singular, é francamente caro.
É verdade o que diz dos tratamentos caros e prolongados, especialmente em regime de ambulatório, mas alguns deles (por questões técnicas, se quiser) serão sempre em hospitais públicos (ex. os associados a casos oncológicos) ou estarão cobertos por outro seguros (ex. acidentes trabalho / pessoais).
Tem razão. Para quem ganha muito acaba por a contribuição ser injustamente pesada. E como certamente sabe (penso não estar errado no que digo), alguns contratos na função pública não permitem que o funicionário abdique da ADSE.
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