terça-feira, setembro 03, 2013

Hotel Borges

Numa conversa de casa relembrei o Hotel Borges no Chiado. Dizem que foi renovado. Não sei, que não tenho ido por lá, mas a memória que guardo é a de um hotel bem velhinho, com quartos que pareciam salões, armários a roçar o tecto, antecâmara fornecida de sofá cama, e janelas altas revestidas a tecidos pesados em cores amareladas e um pouco lugubres mas que não conseguiam tapar o sol a atravessar as amplas vidraças das janelas viradas para a Rua Garrett, bem por cima dos toldos da Brasileira, e para o largo do Chiado. Do pequeno almoço não posso dizer bem, que era um terror, composto por croissants de pacote e pães tipo "molete", mas o mesmo não posso dizer do sumo de laranja, do café e da torrada, servidos mesmo ali ao lado, no café austríaco da Rua Anchieta, perto da Bertrand, e da vida portuguesa. Para quem ia a Lisboa trabalhar, e queria aproveitar o fim de tarde e o principio da noite para cirandar pelo coração de Lisboa, e descontrair sem preocupações com o regresso ao hotel, nem com a conta do dia seguinte, não havia como o Borges. Pelo menos, como o antigo. Agora, já não digo nada...

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