segunda-feira, maio 13, 2013


O princípio de uma nova Democracia?

“On serving each other we became free”

 
Ao longo dos últimos anos, e coincidente com a perceção de vários sintomas de degradação da vida democrática do nosso país, vamo-nos questionando sobre o que correu mal e qual será o melhor caminho para continuar a acreditar que o milagre (viver bem em Democracia) é possível. O caminho mais fácil tem sido culpar os partidos políticos e respetivos aparelhos de todos os males e a forma, por vezes mais do que duvidosa, como os elementos desses aparelhos ocupam lugares chave de decisão (e outros), em várias entidades públicas. Também elas de utilidade duvidosa. Ultimamente, tenho-me questionado se o mal também não está em nós. Porque razão nos afastamos da vida partidária, se entendemos que os partidos políticos estão supostamente “minados” por recursos humanos de capacidade técnica, profissional e, por vezes humana, duvidosa? O lógico seria fazer parte dos órgãos de gestão (locais e/ou nacionais) e partir para a defesa dos nossos valores e do nosso apregoado profissionalismo. Então porque não o fazemos? Acredito que, hoje em dia, seja por descrença. E também por preguiça. Por outro lado, porque, apesar de eventuais defeitos, os chamados aparelhos partidários são um “mal necessário”, pois existem pessoas que nasceram com vocação para a política. Quem tiver paciência para continuar a ler este artigo, vai ficar com a ideia que estou a defender o indefensável. Não. Estou a tentar ser realista. O afastamento da vida partidária, por parte de pessoas com inegável qualidade académica e profissional, enfraqueceu e enfraquece a democracia. Claro que existem outros sintomas graves, mas sobre os mesmos é melhor nem falar. É o que mais se fala. Mas não resisto em questionar a seriedade de um sistema que permite, por exemplo, a um deputado, reformar-se após 12 anos de trabalho?!? E por aqui fico, pois existem outros maus exemplos. Agora o caminho mais difícil: ser verdadeiramente independente. Ter a coragem de assumir um distanciamento saudável dos atuais partidos e do status quo vigente. É um caminho de coragem. É um caminho de rutura. Mas é, acima de tudo, um caminho de cidadania. É uma afirmação de que existe uma alternativa que pode e deve melhorar a saúde da nossa democracia. É um exemplo. Por todas estas razões e por convicção pessoal, resolvi pertencer à Comissão de Honra da candidatura do Dr Rui Moreira a Presidente da Câmara Municipal da cidade que amo: o Porto. Faço-o porque acredito que quem percorre um caminho de cidadania, de profissionalismo, de honestidade e de independência, merece servir de exemplo. Porque acredito que é o início de uma nova forma de estar em democracia. Distante dos partidos. Distante dos poderes instalados. Distante do silêncio comprometedor dos cúmplices do estado a que chegamos. É uma candidatura de coragem. O caminho não é fácil, mas com calma, com seriedade e paciência, vai levar-nos à vitória. Uma vitória que não é nossa. Será, antes de tudo, uma vitória dos portuenses. Uma vitória da cidade. Para se tornar numa vitória do país. Que poderá servir de exemplo para que o poder volte às mãos de quem o tem: os cidadãos. Eu acredito porque o meu partido sempre foi e é o Porto.

1 comentário:

  1. Experimente filiar-se num partido.

    Depois vá a uma reunião e, de uma forma construtiva, diga aquilo que pensa o cidadão comum dos partidos e dos dirigentes partidários.

    Depois, conte-me o que lhe aconteceu!

    Zé Muacho

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