terça-feira, abril 02, 2013

Não se enxergam


O que é que tem a ver o facto de um tribunal estar há três meses a meditar no acordão que vai adoptar com o facto de não se estar a pressionar o mesmo tribunal quando se vai dizendo que sobre ele recaiem grandes responsabilidades?

Os juízes desse tribunal já deviam ter decidido sobre o assunto? Claro que sim, mas, como se sabe, a classe em geral dos magistrados portugueses vê-se a si própria como uma classe de gente especial a quem não se podem exigir prazos, rigor, independência e eficácia. Então os do Tribunal Constitucional são uma estirpe ainda mais especial, recrutada de uma forma duvidosa, que se julga acima do vulgar das instituições e credora de uns pergaminhos muito particulares. Enfim, uns calaceiros emproados.

O governo e em especial o seu primeiro-ministro deviam ser o mais discretos possível nesta circunstância e aguardarem caladinhos o dito acordão? É evidente que sim. As declarações do primeiro-ministro a esse propósito sobre as responsabilidades do dito tribunal são uma prova suplementar da imaturidade política dos actuais governantes, que a compensam com a esperteza cobardolas de mandar umas boquitas enviesadas com ar de quem não parte um prato e ainda reza um padre-nosso todas as manhãs.

Para ajudar à missa, veio hoje um ministrozeco que para lá foi por engano afirmar o que o cú nada tem a ver com as calças: que esperamos há 3 meses e que o governo não pressiona ninguém, mas que esperamos há 3 meses. Esta gente não se enxerga! Uns poltrõezecos incompetentes e medrosos. Nunca lhes virem as costas!

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