Embora o Banco Central Europeu não divulgue os
números, consta que terá acumulado entre 35 a 55 mil milhões de euros em bonds
da dívida grega. A esmagadora maioria desses bonds foram comprados nos últimos
dois anos com grande desconto, dado o risco envolvido.
Mas o BCE cobra todos os meses os juros que
lhe são devidos pelos bonds gregos que vão a vencimento. Ou seja, calcula-se
que o BCE esteja neste momento a receber um juro global de cerca de 10% sobre
aquele valor, tendo em conta o preço de desconto com que comprou aqueles
títulos. Nada mau.
É interessante perceber quem paga esses juros.
É claro que é o Estado grego. Mas como? Com o dinheiro que a Troika, ou seja
UE+FMI+BCE, lhe envia. A coisa funciona assim: a Troika deposita periodicamente
os montantes parcelares da “ajuda” numa ‘escrow account’ de um banco grego (um
tipo de conta vinculada, género fideicomisso), onde ficam uns 3 a 4 dias para
logo voltarem para trás a título de juros. Cerca de 2/3 dos cerca de 141 mil
milhões que desde Maio 2010 foram ‘ajudar’ a Grécia apenas lá fizeram uma curta
escala técnica pois rapidamente voltaram para os titulares dos bonds gregos de
que ¾ estão hoje nas mãos da própria Troika. Como diria o Pessa, e esta hem?
Já agora, talvez não fosse despiciendo que os que
no Terreiro do Paço falam muito em transparência nos contassem os números e os
caminhos da “ajuda” da Troika a Portugal. Já agora...apenas para saber se é um
Frog ou um Dubee.
Ai não? Não pode ser? Pronto, pronto não se fala mais nisso
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