terça-feira, maio 22, 2012

Desemprego

É um drama na vida de uma pessoa. Vitor Gaspar tem razão.
Pode ser oportunidade de mudança. Passos Coelho tem razão.
É um grave problema social. Tó Zé Seguro tem razão.

O nível de desemprego varia sempre na razão inversa do da actividade económica. Os políticos concordam com isto apenas quando o seu nível aumenta. Já não quando ele decresce.

O PS acordou com a Troika um plano de governação que inicialmente implicaria uma contracção da economia, a que se seguiria o seu crescimento. PSD e PP subscreveram-no também (por baixo, como diria Santana Lopes). Com a implementação das medidas previstas no plano o desemprego seguiria uma trajectória inversa.

No final de Agosto de 2011, pelo actual governo entretanto já em funções, foram quantificadas estas projecções para toda a duração do plano, com o PIB a descer em 2011 e 2012 e a crescer só em 2013 e 2014, e com o desemprego a aumentar em 2011 e 2012 e a decrescer apenas em 2013 e 2014. Não me recordo já dos valores então apresentados, apenas me ficando na memória que, tanto o PIB como o desemprego, em 2014 estariam em linha com os respectivos níveis de 2011, posto que então já com trajectórias de sentido inverso.

Todos sabíamos então que o desemprego iria forçosamente crescer nos primeiros dois anos do plano. Tó Zé Seguro melhor que ninguém, pois que fora o seu partido que assim o negociara com a Troika.

Astutamente, porém, Tó Zé Seguro andou por aí a dizer que a culpa de todo este mal é tão só do actual governo e que é necessário escrever num qualquer papel a palavra emprego, qual emoção que por artes mágicas dará mais emprego aos portugueses (a somar aos 150.00 já antes prometidos pelo seu antecessor mas que ainda andam perdidos pelo caminho), no que voltou à carga com a força que pretende agora assistir-lhe da vitória de Hollande em França.

Com isto, está apenas a tentar reverter para si os louros da expectada inversão na evolução dos níveis de desemprego, pensando que com eles conseguirá cobrir a sua própria nudez na próximas eleições.

No que o “comunicativo” Passos Coelho lhe vai facilitando a vida, convenhamos!

3 comentários:

  1. Subscrevo...por baixo.
    Abraço

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  2. Nunca cessa de me surpreender a ilusão que certos políticos têm, e em que nos mantêm, de que se escreverem umas dúzias de palavras num papel, seja numa lei, num pacto ou num tratado, a realidade muda.
    BLX

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  3. 150.000 meu caro bem como o comunicativo PC & Cª.

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