terça-feira, abril 24, 2012

Sobressaltos de alcagoitas


Estes sobe-e-desce da bolsa portuguesa já não significam nada, sobretudo no sector bancário.

Desconfio que os 5 maiores bancos com sede em Portugal (já nem digo ‘portugueses’) estão pura e simplesmente falidos. Mas esta coisa da bolsa cria a impressão de que aquilo mexe e, assim,  há sempre uns distraídos reformados que ocupam as suas tardes livres a dar umas ordens de compra ou de venda. As compras e vendas que importam não passam pela bolsa, mas pelos corredores alcatifados de certos escritórios de advogados. Veja-se a cedência da posição da Itaú no BPI. E o mesmo se diga do lombo das operações financeiras: não é ao balcão (vejam-se as engenharias macacas da CGD).

Se uma acção do Banif que vale de manhã 0,168 euros, troca-se à tarde por 0,160, significa que se desvalorizou cerca de 5%. Será um crash?

Se uma acção do BCP que valia ontem 0,107, vende-se hoje por 0,108, os comentadores vão dizer que o título subiu 1% em 24 horas. Será o prenúncio de uma OPA?

Esses números são exactos, mas tratando-se de variações de milésimos de euros, aquelas percentagens de variação não significam nada de nada, a não ser talvez uma manobra de manipulação de um chico esperto. No fundo, são acertos virtuais de tostões que não existem.

3 comentários:

  1. É isso, Kito. Em português diz-se amendoim ou (no Algarve) alcagoita. Abraço

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  2. Ainda me recordo do tempo em que uma só acção do BCP dava para gratificar qualquer arrum(b)ador de viaturas ligeiras cá do burgo.
    Claro que hoje, indiferentes ao sobe e desce, elas ainda me são úteis como papel de rascunho...
    FRF

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