quarta-feira, dezembro 07, 2011

Tua

Quem nunca andou pelo Alto Douro não sabe o que perde.

Quem toma decisões que afectam terras distantes sem nunca lá ter ido (o que acontece com frequência...) sujeita-se a isto: vem a Unesco dizer o óbvio.

O problema não é o da ecologia. Mas também é. O problema é, bastante, o do território, e do que se quer para uma das paisagens mais bonitas do Mundo. Também acho que tenho consciência do problema energético. Mas o Tâmega, por exemplo, suporta mais uma ou duas barragens. Ninguém leva a mal. E há mais rios que aguentam barragens...

O problema não é da EDP, que faz o seu papel. O problema é de quem, no conforto no seu ar condicionado, com vista para o estuário, aceita que o Estado receba umas massas em troca das barragens.

Deixar construir "espelhos de água" no Tua e no Sabor é de quem não sabe o que perde.

1 comentário:

  1. CRIMINOSOS A MONTE
    > O assalto continua......do Sabor, do Tua e do Corgo para a Serra. De entre os milhares de milhões de prejuízo da REFER alguém faz o favor de nos dizer qual o peso específico dos alegados prejuízos de exploração contabilística destas linhas?
    E o serviço incontabilizável para as populações, a destruição das obras de arte á força de braço quando estes agiotas ainda adormeciam nas entranhas dos antecentes bem como a exploração turística negligenciada?
    Reportemo-nos agora e apenas à 1ª pedra criminosa da barragem do Tua. Trata-se de uma irrepetível e centenária obra de arte, esculpida a músculo num cenário montanhoso agrestemente inigualável. Nem precisamos de comparar com o que seria a demolição ou soterramento de estátuas ou pirâmides de outros mundos. Devem os salteadores ser acusados por intenção conscientemente criminosa de decapitação de uma maravilha terrena inseparável do eterno Douro, património da humanidade que não podemos deixar assassinar.
    Será que a maioria dos Portugueses conhece? É hora de organizar excursões de todo o País á região, para que um sentimento de revolta se instale e impeça tal acto de dimensão terrorista destruidora.
    Naquelas paragens pelas alturas de S. Mamede de Riba Tua tal a grandeza e extensão do feito chamam-lhe carinhosamente a contemplação do belo horrível.
    Quem dá caça a tais actos de engravatado vandalismo engendrados no aconchego do ar condicionado e regulados apenas ao sabor de contabilidades caseiras inscritas na parede do lucro fácil com tições de carvão roubado?
    Ainda sobre o caso, em 1º lugar assinalar que para este escrito sem obediências amanhadas à algumas semanas e agora repescado, não foi necessário o ultimato da Unesco a pôr o dedo na ferida perante a dimensão do desastre anunciado. Depois, constatar que o mais importante é o relançamento do debate em tudo que são jornais e televisões, que passam a vida a dormir e só acordam quando nos picam de fora. Curiosamente a soberana EDP já lambe o selo aparecendo agora com o bico saído do nevoeiro a rezar por nós com a promessa de revisão do projecto. Para concluir iberte-se uma pergunta elementar que não pode ficar em falta: Qual o peso específico da encomendada barragem do Tua em percentagem na produção de energia a nível nacional? 1, 2, 10% ou qualquer ninharia perfeitamente negligenciável? Isto requer esclarecimento urgente tanto mais que não estamos dispostos a que nos plantem um monstruoso gerador para dar uma sumida luz de estafado candeeiro a petróleo. Parece que a contribuição específica do Tua iria lamparinar nos 0,07%. Acendam-se os cigarros.

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