sábado, dezembro 10, 2011

Here comes the sun...

Não será (por ora, espero) ao nível do Tratado que a UE inscreverá as regras necessárias para dar ao €uro a paternidade que tanto carece. Continuará a ser um clube de sócios, posto que agora com novos estatutos anunciados para fins de Março próximo. Mas a coisa mexe. E desta feita com medidas que vão no sentido, não da defesa do país A ou B, mas duma real defesa do €uro, pois que tocam já a raiz do seu problema. Confiemos, assim, na sobrevivência da nossa moeda.

D. Cameron fica (ou vai ficando, espero) de fora. Falhou a sua tentativa de criar, e liderar, um hipotético grupo de 10 (os “out”) que gostaria de contrapor ao grupo dos 17 (os “in”). Fica sem grupo e isolado dos 26, liderando apenas a sua ilha, mas liderado ainda pela sua querida “city”, embora continuando a usufruir do seu “single market” europeu.

Mas, deixemo-nos de tretas, a crise continua a ser a da dívida e, nesta matéria, só pelo trabalho de casa de cada estado membro ela poderá vir a ser controlada. Trabalho que, naturalmente, só é feito quando ditado pela necessidade, como ora sucede.

Neste sentido, também por cá a coisa vai mexendo. Temos já orçamento para 2012 que, por mais que isso desgoste ao Sr. Cavaco Silva (e seu porta-voz Marcelo R. Sousa) toca, finalmente, na despesa. Temos também maioria com vontade política para o cumprir. O que será ainda facilitado se as medidas ora anunciadas na Cimeira da União acalmarem, como também espero, a turbulência que tem pairado sobre os mercados.

Quem poderia imaginar que algum dia a UE iria conseguir vender uma harmonização orçamental aos seus membros? Quem poderia imaginar que algum dia o nosso Estado iria fazer cortes em despesas com pessoal, consideradas como “conquistas irreversíveis”?

É caso para dizer: Bendita Crise!

3 comentários:

  1. Chico, cuidado com os eclipses.

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  2. Para já, o de hoje foi só da lua.
    E nem visível da Europa foi...
    abraço,
    FRF

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  3. Cameron fez o que faria qualquer dirigente britânico, fosse qual fosse o seu quadrante político. Limitou-se a enunciar o óbvio: que em circunstância alguma o Reino Unido se submeterá ao domínio alemão. Subentendida ficou também a disponibilidade para, quando chegar a hora, ir mais uma vez salvar a França desse domínio (é o que tem feito desde Napoleão).
    Os europeístas tolinhos proclamam a derrota de Cameron e não se apercebem que ele e Merkel foram os únicos vencedores da cimeira. Embora da cimeira que era decisiva e que, por omissão, condenou o euro e a UE a desaparecer, todos tenham saído derrotados.

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