segunda-feira, outubro 17, 2011

No 'Grande Plano', ler as letras pequeninas

Dizem que vem aí o Grande Plano.
Primeiro, discutir-se-à no Conselho Europeu de Domingo e depois ver-se-à o que a reunião do G20 decidirá em princípio de Novembro.
Já tantas vezes anunciaram a “solução” que é legítimo duvidar que seja desta vez que a encontrarão, mas esperemos para ver.

Há contudo um sinal que me parece desgraçadamente de mau agoiro: a ideia de que o perdão de dívida à Grécia não será extensível a mais ninguém. Os entendidos portugueses que andam há meses a papaguear que Portugal não é a Grécia podem ficar muito agradecidos com esse resultado desastroso da sua negação.

De facto há uma diferença entre a Grécia e Portugal: a economia grega tem um potencial de desenvolvimento muito superior ao nosso e quando lhe perdoarem pelo menos 50% da dívida (o que aliás é insuficiente), esta baixará dos 100% do PIB e estarão reunidas as condições para dentro de dois ou três anos a Grécia retomar o crescimento e voltar aos mercados de capitais.

O mesmo não se passará com Portugal sobretudo se aceitarem um Grande Plano que feche as portas à reestruturação da dívida portuguesa. O Governo português tem essa responsabilidade de exigir que o nosso país beneficie das mesmas condições que forem concedidas a outro qualquer parceiro do euro. Aceitar uma discriminação a este propósito será uma traição e um crime de lesa-pátria. Abram lá os olhos, de preferência os dois.

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