Há pouco tempo foi aqui inaugurado um banco com accionistas portugueses. Lá estivemos todos os que faziam falta, de lá e de cá. A surpresa foi quando soube que a cerimónia tinha começado pelas 7h da manhã, para matar a galinha (literalmente) que os "antepassados" exigem para dar as suas bençãos. E porquê as 7h? Porque depois disso os referidos antepassados "dispersam-se", nas palavras do curandeiro/assassino da galinha que abençoou a cerimónia... Homem dos seus tempos, o nosso curandeiro, depois de marcar a cerimónia para a hora apontada, pelas razões expostas, afinal atrasou-se mais de meia hora. Não contente, ainda entendeu, talvez inspirado pelas qualidades estético-arquitectónicas das instalações que vinha benzer com a morte da galinha, ainda pretendeu renegociar o "preço" de tão preciosa actividade! Para grande susto dos promotores do dito banco, que negoceia para cá e para lá, viam passar as horas e temiam receosos que os antepassados se dispersassem... Felizmente a galinha foi morta e parece que era de bons sentimentos, pois o curandeiro assegurou que os antepassados estavam satisfeitos e abençoaram o novo banco. Assim os clientes possam beneficiar da arte negociadora do dito curandeiro.
Noutro episódio semelhante, os antepassados autorizaram a re-localização de um cemitério, para permitir a construção de um novo canal de irrigação. Não sei a que horas se mataram as galinhas, ou se foram mesmo cabritos, mas foi com grande alívio que as populações beneficiárias ouviram a sentença do curandeiro: "o espírito do régulo ... (nome impronunciável) autorizou o deslocamento dos corpos todos".
Na Madeira as mágicas são mais simples. O curandeiro mor faz umas ameaças e lá vai conseguindo ganhar as eleições, a ver se continua a gastar o dinheiro que não tem. Não sei quem é o régulo que autoriza, mas duvido que só receba galinhas ou mesmo cabritos...
Felizmente o CDS fez história. E isso não foi magia, foi trabalho.
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