Como previsto, o Banco Central Europeu subiu novamente a taxa de referência. Antes do fim do ano voltará a subi-la. E continua a tomar em consideração as notações das agências de rating apesar da diabolização das mesmas por um certo pessoal político, nomeadamente a nível europeu.
Há dois anos que esses mesmos dirigentes parlapeiam sobre o projecto de criar uma agência de rating europeia. Os chineses não hesitaram em criar a deles, mas os europeus preferem estes passos de dança na corda para a seguir carpirem como Madalenas, surpreendidos por haver lobos maus que comem avós e netas.
Entretanto, a generalidade dos responsáveis vai empurrando com a barriga uma crise que piora e apodrece, num faz de conta que três aspirinas e duas pomadas porão o cavalo a falar.
Gostava de acreditar que o nosso novo governo tem força, clarividência e coragem para perceber o temporal em formação e para preparar o day after, o dia do ‘salve-se quem puder’ e do ‘chega para lá que a bóia é minha’, mas dia a dia aumentam-se-me as dúvidas e, por muito boa vontade que tenham, receio que não estejam à altura do momento. A verdade é que a situação é extraordinária e de uma gravidade que nem todos enxergam, e gente extraordinária não se encontra ao dobrar da esquina. Temos talvez o governo possível mas o trágico é que precisariamos de um governo “impossível” que nos evitasse o destino grego e o abismo dessa Europa que segue a flauta, por receio de mudar de pauta.
Queria tanto estar enganado. Queria tanto não ser tremendista. Preferia sinceramente acreditar que em céu azul não há relampâgos nem trovões e que ainda vale a pena tomar uma bica na praia dos ingleses. C’est foutu!
Caro Douro, ora muito bem-vindo.
ResponderEliminarA ausencia do seu comentário começava a pesar neste acumular de comentários pasmados de quem se satisfaz de ver Sócrates pelas costas.
Mas ,deixe-me que lhe diga :
A partir do momento em que o novo governo achou por bem "s'en foutre" do ministério da Cultura, qualquer um podia perceber que "C'était foutu!"