quinta-feira, junho 09, 2011

o rescaldo das eleições.

Deixei propositadamente passar uns tempos para aqui deixar uma reflexão sobre as eleições. E começo pelo meu partido e no qual uma vez mais votei.

O CDS saiu fortificado destas eleições apesar de ter um sabor amargo. Mas objectivamente este foi um grande resultado para o CDS. Ganhou deputados, subiu votações e é fundamental para formar um governo estável e que trabalhe em prol de portugal e dos portugueses. E este crescimento aconteceu numas eleições nas quais o PSD também sobe, facto que nunca se tinha verificado. Mas estas eleições também vieram demonstrar que as sondagens nos podem desfavorecer. Com efeito em anos anteriores fomos sempre sub-avaliados para na hora da verdade, a tal sondagem que conta, os portugueses serem mais generosos que as métricas. Estas eleições o resultado foi o inverso. E esse fenómeno deve-se única e exclusivamente a um factor:MEDO. As pessoas tinham medo que Sócrates voltasse a ganhar. Confesso que nunca pensei que essa possibilidade tivesse pernas para andar.
Mas o certo é que tanta sondagem a dar empates técnicos entre PSD e PS assustou muita e boa gente que na hora de verdade votou PSD que era sem dúvida o partido que poderia derrotar Sócrates e o PS. Tivessem as sondagens apontado desde o início para uma vitória do PSD e as minhas previsões de um resultado na casa dos 13 a 14% teria sido uma realidade. Não vou agora discutir se o votante cds mudou de "figura", se deixou de ser rural e passou a urbano e se deixou de ser velho para passar a ser jovem. Seria uma demorada análise que ficará para outra altura. O certo é que são actualmente 24 deputados e 11,7% de portugueses que nos escolheram como seus representantes. Bom trabalho que portugal bem precisa.

Olhar para a derrota de sócrates foi um prazer imenso. Confesso que nunca um adversário politico me causou tanta irritação pessoal e tanta desconfiança intelectual como José Sócrates. Admiro a persistência e o espirito de combate, abomino a intolerância e a arrogância. E estes últimos eram mais marcantes na sua personalidade. josé Socrates consegue dois feitos que ficarão para a história do PS: perde eleições enquanto primeiro-ministro recandidato e consegue o pior resultado do PS. Lindo. Duas medalhas a que se junta o facto de ter levado Portugal à bancarrota e continuar sem o perceber.

Um outro derrotado é o inexplicável BE. Aceito o direito à diferença, causa-me alguma irritação o disparate continuado embrulhado numa superioridade moral não autorizada. Louçã é o seu melhor exemplo. Veremos se ainda os portugueses olharão com ternura para estes democratas de trazer por casa.

O PCP de Jerónimo sai uma vez mais vencedor de umas eleições. Penso que o PCP nunca "perdeu" nenhumas. Nestas manteve eleitorado mas ainda assim conquistou um deputado mais, o que lhe permite cantar de galo. Opositor feroz da troika e do seu plano, veremos como se vai comportar perante um cenário de dificuldades económicas e sociais com que nos vamos defrontar.

E finalmente o PSD e Passos Coelho. PC é claramente o grande vencedor destas eleições. Mais do que o PSD, no que ele representa no seu todo. Isto porque nem todo o PSD trabalhou para a vitória final de PPC. É certo que alguns acabaram por participar na campanha, Rui Rio, Ferrera Leite e Marcelo Rebelo de Sousa, mas foram momentos esporádicos comparados com as malfeitorias que fizeram a PPC. A esta hora devem ainda estar a olhar para o champagne que se mantém na geladeira e não sabem se o tiram ou não. Agora os desafios de PPC é que começam verdadeiramente. Formar um governo no que terá a pressão para os tachos da malta do aparelho (Marco António Costa já se deve imaginar ministro pois vale imensos votos internos) e a mesmo tempo conseguir atrair independentes com méritos reconhecidos e ainda satisfazer o seu parceiro de governo não é fácil. Não lhe invejo a sorte.

Concluindo há 3 vencedores e 2 derrotados. Cada um tinha objectivos e ambições. O futuro dirá se lhe souberam fazer bom uso.

1 comentário:

  1. Aquilo que eu sinto é que o resultado destas eleições é razoável. O "cabaz" final parece ter sido preenchido por uma pessoa com bom senso.

    Contudo, e como aqui no Nortadas já se referiu, há 2 aspectos que são inexplicáveis neste contexto de grave crise: os valores da abstenção e o resultado do Partido dos Animais.

    JAC

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