segunda-feira, junho 06, 2011

Lavar dos cestos (5)

O Sr. Louçã regressou ao conforto da função que melhor se lhe adequa: a força tribunícia da denúncia sem amanhãs. Se em toda a côrte faz jeito um bôbo, em qualquer parlamento cabe um Bloco, de preferência bem arrumado no canto.
O BE tem um mérito: fala de coisas que os outros calam. Mas o BE cala o fundo do seu projecto ou modelo de sociedade, ou porque não o tem sequer ou porque percebe que o país o rejeitaria em bloco. Em 2009 não cresceu, apenas inchou, e ontem voltou ao seu estado natural. Não foi uma derrota, foi apenas uma nova rodada do “vamos falar verdade”. O azeite tem destas coisas.


5 comentários:

  1. O problema do BE é não ser biológico. Se eu sou de esquerda, trabalhador por conta de outrem, defensor da luta de classes e contra o grande capital, prefiro o produto genuíno, o PCP. Não, o BE que é fast left de aviário.
    O BE é, tendencialmente, um partido de burgueses engraçados, que nunca souberam o custa a vida, habituados a viver bem desde o dia em que nasceram e que gostam do chic que a esquerda tem. Sociológica e potencialmente, todo o militante do BE tem um irmão do CDS. naturalmente que, sendo geneticamente assim, nas eleições em que a escolha é mesmo a sério e a doer (como as do último domingo), o BE desaparece.

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  2. Outro tema: onde é que arranjou esta foto do Louçã? Descobriu-a no álbum de recordações, dos tempos em que andavam juntos na catequese. Na série Zeke & Luther, do canal Disney, há um puto parecido com o Louçã desta foto. Não sei o nome dele. É um magricela desajeitado e míope.

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  3. Caro Funes, é verdade que andei na catequese, mas era outra e foi há mais tempo pois sou mais velho. Mas uma coisa lhe posso garantir: a foto não é tão antiga como imagina. Abraço.
    douro

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  4. A foto tem graça. O Louça não deve gostar muito de aparecer com a bandeira dos trotskistas da Quarta Internacional.
    abraço
    JAC

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  5. Contra a maré, apenas para informar (quem não soubesse)que, desta vez, interrompi os meus 25 anos de abstenção e, ao invés de votar PSD como antes, optei desta vez por votar BE.
    As razões porque votei BE agora são as mesmas porque votava PSD (PPD) então, ou seja por, de entre as qualificações ideológicas em uso, a de social-democrata continuar a ser aquela que mais se aproxima daquilo em que acredito.

    O engraçado da coisa é que alguns daqueles que então eram da tal esquerda, são agora do PSD (Barroso, P.Pereira, "you name it") provavelmente por, tal como eu, continuarem basicamente a pensar na mesma (no deles).

    Obviamente acredito que os poucos políticos honestos que ainda haverá se encontrarão muito mais facilmente entre a meia dúzia de deputados do BE ou do PCP, que entre as "resmas e resmas" do PS, do PSD ou do CDS.

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