terça-feira, maio 10, 2011

Importa-se de repetir?


Ontem, 9 de Maio, a União Europeia, num daqueles actos viris para os quais acumula energias e viagra entre duas comemorações do dia da Europa, decidiu impôr um embargo à exportação de armas para a Síria, “armas que poderiam ser utilizadas para a repressão interna”.

As manifestações de rua contra a ditadura policial do oftalmologista-presidente Bashar al-Assad duram há longas semanas, com um rasto de mais de 700 mortos e cerca de 8.000 presos ou desaparecidos. E a coisa já não vai só a tiro de metralhadora, pois o regime pôs os seus tanques nas ruas. Repito: isto dura há semanas, mas a UE precisaria de um oftalmologista que não presida coisa nenhuma mas seja capaz de receitar pelo menos uns pares de óculos para os estrábicos europeus, já que a experiência demonstra que não há otorrino que lhes valha, tal a surdez face aos gritos dos torturados (talvez por estarem ao mesmo tempo ocupados a negociar um acordo Síria/UE).

Parece que também há uma lista de 13 nomes de responsáveis que a partir de hoje já não poderão ir aos desfiles de moda a Paris ou aos saldos de Milão, mas isso faz parte da fantochada habitual de contas ditas congeladas de uma dúzia de apaniguados: se calhar um deles é o motorista e uma outra a mulher-a-dias. Mas uma coisa é certa: nenhum é o al-Assad. Isso de chatear o Bashar vai mais devagarinho.

Se tudo isto não é uma pantominice, o que é que poderá ser?

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