domingo, maio 08, 2011
E se o centro for à borda?
Ser periférico tem custos.
Mas mais gravoso que os custos da distância e do tempo para a percorrer, é esta nossa maneira de olhar para o resto do continente com um misto contraditório de indiferença e de respeitinho. Saltitamos da fanfarronice para o mais abjecto mimetismo, e vice-versa.
Quatro golos do Ronaldo ao Sevilha ou duas equipas tugas numa final europeia de segunda e eis-nos outra vez na Índia. Exportamos um mordomo para Bruxelas e é como se tivéssemos redescoberto o ouro do Brasil.
Quando importamos ideias, é pela rama, é tarde e com pouco ou nenhum espírito crítico. E raramente nos damos ao trabalho de produzir as nossas e ainda menos de as pensar como exportáveis.
Por alguma razão os mais valorosos pensadores portugueses (embora haja uma ou outra excepção) são pessoas que trabalham ou viveram fora: José Gil, Jorge de Sena, Eduardo Lourenço, António Damásio, etc.
E contudo, numa época em que o sonho europeu parece esboroar-se às mãos da tacanhez de líderes sem visão, num momento em que o país sucumbe à política-lux-caras de dirigentes pimba e numa altura em que a norte reaparecem vendedores da pasta medicinal Couto, qual nova banha da cobra, era importante sair do quadrado e pensarmo-nos como centro.
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ai douro que bem que nos fazes!
ResponderEliminarJGG
A Europa ou o Mundo?
ResponderEliminarSendo a terra redonda, nunca somos periféricos.
O problema é que a terra não é redonda; é chata...
é uma chatice
abrs
JAC