sexta-feira, abril 15, 2011
O presentismo e o que está desoladoramente ausente das negociações
Santo Agostinho dizia que o presente é a aresta da lâmina de uma faca entre o passado e o futuro e que não pode conter nenhuma medida de tempo. Outros mais tarde vieram contrapor-lhe a duração da experiência consciente (Bergson). William James sugere que o tempo é o curto período de tempo durante o qual estamos imediata e incessantemente sensíveis.
Na política portuguesa actual, o presentismo tudo domina. Com a aflição, há pouco espaço para o passado e nenhum para o futuro. No entanto, que bom seria que nos determinássemos hoje, mesmo na urgência, com uma consideração mínima, ainda que ténue, sobre as condicionantes que nos podem vir do futuro imediato – para não falar das perspectivas de saída a mais longo prazo.
Vou apontar, em três artigos seguidos, algumas condicionantes que me parecem óbvias mas que estão desoladoramente ausentes das negociações actuais e do debate público em torno delas: a nossa dívida e o que significa realmente, já neste momento; os imponderáveis económicos e os imponderáveis políticos.
Questão de estarmos pelo menos "imediata e incessantemente sensíveis" e, como tal, conscientes.
Bartolomeu
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