quinta-feira, abril 21, 2011

Ide fazer pirogas para o carago!

Com a devida vénia, recomenda-se a leitura deste artigo de opinião do Jorge Fiel no DN. É sobre o espírito "tuga", uma parábola divertida sobre a nossa forma de reagir à adversidade.

Vem isto a propósito da sondagem da Marktest para a TSF, de hoje, a que pomposamente chamam "barómetro". O PS aparece à frente do PSD, com os dois virtualmente empatados. Não percebo nada de técnicas de sondagem, mas percebo isto.

1. Os tugas estão a dizer ao PSD para ir fazer pirogas para o carago. A mensagem resulta de já ter ficado claro que o PSD não sabia o que estava a fazer, nem o que queria fazer depois, quando decidiu vetar o PEC 4. Pior ainda, nem sequer soube salvaguardar a honorabilidade de não aceitar a forma como o governo o quis impor.

2. O voto útil à esquerda vai ser muito relevante nestas eleições. Como indica a descida do Bloco, que ainda assim não compensa a subida do PS.

3. A Nação não quer que as coisas mudem. Como ontem me dizia pessoa amiga, "para quem ainda tem salário nada mudou"... Pois, parece. Mas não é bem assim, pois não!? O único facto relevante desta sondagem parece ser a incapacidade dos eleitores perceberem ou assumirem que os erros das últimas décadas foram particularmente agravados nestes últimos 3 anos, sobretudo ao nível da Dívida pública. Bem fala o CDS de parar o endividamento... Os outros só lhes interessa saber com que parcela de poder vão ficar. E o Povo, pelos vistos, está mais interessado em saber a quem vai dar qual parcela. Pelos vistos, vai querer que o PS e o PSD a dividam. Merecemos a crise e merecemos as suas consequências.

4. O desafio maior é para quem se sente parte da "elite esclarecida". Provavelmente esta é uma das últimas oportunidades para assumirmos um papel de "liderança" no esclarecimento da Nação. Com dignidade. Ou aceitarmos estas variantes modernas de protectorado, financeiro ou de inimputabilidade, tanto faz, definitivamente, como uma condição da nossa natureza. A não ser que se descubra um novo ouro noutro Brasil, para podermos continuar a fingir que somos gente esclarecida e governada. Ou governável.

1 comentário: