quinta-feira, abril 07, 2011
Dar arejo ao cão
“Oh Luís, vê se eu fico melhor a olhar assim... ou assim”.
Alguém imagina o Churchill a fazer uma pergunta destas antes de discursar, por exemplo, no parlamento britânico a anunciar a declaração de guerra à Alemanha. Ou o Mandela ao dar a sua primeira entrevista depois de ser libertado. Ou o Kennedy antes de subir ao palanque junto ao muro de Berlim para dizer ‘ich bin ein Berliner’?
Aquele diálogo com o tal Luís marca a distância entre o seu autor e os outros: algo parecido com o infinito, algo que é muito comprido, pois, como dizia um outro, perto do fim ainda há um outro tanto.
Hoje nem queria falar destas coisas. Jejuar é saudável e levantei-me a pensar que ia dar arejo ao cão e olhar o mar. Li que os físicos de Chicago publicaram na Physical Review Letters uns trabalhos que demonstram estarem à beira de descobrirem uma nova força universal, a tal que faltava para compor o leque formado pelas nuclear forte e fraca, electromagnética e da gravidade. A confirmar-se, será um passo de gigante no conhecimento humano. O género de notícia que é tão importante que parece incrível que passe despercebida. A não ser que essa tal força seja a força da estupidez e da cretinice: chamem o Luís.
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