segunda-feira, março 14, 2011

PEC Postura Espantosa (perante a) Crise

Muito irrita a arrogância. A auto-convicção. A postura do nosso Primeiro Ministro. Primeiro, não havia crise. Depois passou a existir uma pequena crise sob controlo (dele, e do seu Governo, é claro). Depois, as coisas pioraram mas era transitório, coisa de somenos, resolvia-se, lá estava ele para o garantir. Começaram a chover PECs. O um, o dois, o três, e agora quer fazer passar o quatro, lá fora, que cá dentro a coisa parece não estar para graças. Mas para quê se a execução orçamental corre tão bem? Se o seu testamento político é fulgurante sempre em defesa da modernidade e dos jovens, na senda do progresso legislativo e da paridade social? O povo português é conformado. O povo português sabe sacrificar-se quando é preciso. Mas não só não se pode ignorar o limite do que pode ser imposto ao comum dos cidadãos, como bem avisou o Presidente da República, como não se pode tolerar que o sacrifício seja sempre pedido aos mesmos, aos mais necessitados e aos que têm menos voz, sobretudo quando é reconhecido que as medidas agora propostas nem sequer vão ter grande impacto orçamental. Hoje de manhã ouvi na rádio que estão a aumentar os pedidos de empréstimo nas farmácias com a redução das comparticipações dos medicamentos, prova de que não se trata de uma geração á rasca mas de um povo à rasca, que nunca ouviu um pedido de desculpa dos seus governantes ou uma explicação que fosse para a situação em que se encontra. O nosso primeiro Ministro e o nosso Governo estão a precisar de ser convertidos em pensionistas. Depressa. E com menos (muito menos) de 1500 euros por mês para ver o que é bom.

1 comentário:

  1. TERMINOU O CARNAVAL, SÓCRATES CAI ANTES DE KADAHFIE
    Troncos de árvore na cabeça. Queixaram-se muitos comentadores encartados verdadeiras aparas do sistema, entre outros mimos da falta de nexo e de precisão do manifesto e do irrealismo de alguns propósitos. Que raio de exigência para com a espontaneidade de um grito traduzido em impar, civilizada e exemplar manifestação colectiva de cidadania e civismo. Hipócrita preocupação, quando sistematicamente se deixam passar em claro as proposições manhosa das campanhas eleitorais vertidas nos programas partidários e das promessas governamentais sempre desmentidas pela prática. Esta gente, viciada e tolhida pelos ecos da voz oficial, olhou para a árvore e só viu tronco em bruto, não percebendo ou fingindo não perceber que a partir daí se podem escrever livros e esculpir obras de arte. Em vez disso quiseram atirá-lo ansiosamente para a fogueira do seu inverno cerebral. A grande lição passou-lhes ao lado, como a coisa simples de que a participação e representação política não pode impunemente continuar açambarcada pela exclusividade partidária. A este propósito deprimente foi o debitar sofrido de Pedro Marques Lopes no Eixo do Mal, e brilhante a participação de José Adelino Maltez em debate também na SIC. O que não teria sido o choro das carpideiras se tivesse havido autocarros á disposição para arrebanhar pessoas como fazem os instalados na esfera do poder nomeadamente os partidos para encher ajuntamentos. Com toda a gente a saber o que quer ou sem saber o que vai lá fazer?

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