domingo, janeiro 02, 2011

Segurança

Terminados os festejos de natal e de fim-de-ano, com o futebol e a governação ainda em férias, os telejornais presenteiam-nos agora com os habituais balanços das mortes na estrada naqueles períodos festivos. Na realidade há aqui mais funerais que “mortos”, pois que naqueles também acabam por seguir alguns dos que estatisticamente ficam catalogados como “feridos graves”.

Voltaremos a ter informação destes dados nas operações Páscoa e Verão.
Até lá a vida continua e, com ela, as mortes na estrada também.
Das outras mortes por acidente, seja no trabalho, em casa ou em lazer, nem pio.
Mas as mortes por acidente em Portugal são ainda em demasia.

Morre-se, pois, estupidamente e por conta própria ou, melhor dizendo, por ausência de uma verdadeira CULTURA DE SEGURANÇA.

Normas, medidas diversas e fiscalizações têm sido produzidas a vários níveis, o que, sendo tudo muito positivo, não se tem mostrado capaz de inverter os nossos terríveis dados estatísticos, porquanto, na minha modesta opinião, o problema reside sobretudo no interior das nossas cabeças ou, passe a repetição, na ausência de uma verdadeira CULTURA DE SEGURANÇA.

Seria, pois, muito positivo para todos o desenvolvimento de um trabalho sério, orientado para a redução drástica, e rápida, das inúteis, e estúpidas, mortes por acidente em Portugal.

Diz-me a experiência que, nesta matéria, actuar insistentemente e de modo organizado apenas ao nível do apelo à consciência individual do cidadão e das diversas organizações onde se insere, social ou profissionalmente, já terá como retorno uma primeira, e forte, redução dos níveis de sinistralidade, sem grandes custos ou investimentos.

Nesta convicção, dirigi há dois meses atrás uma carta ao (re)candidato Cavaco Silva desafiando-o a dinamizar uma tal iniciativa no seu próximo mandato, chegando ao ponto de sugerir que, querendo, poderia formular o objectivo de, em 5 anos, reduzir as mortes por acidente em Portugal em 25%, ou seja, numa média de 5 % em cada ano de presidência, estabelecendo e divulgando índices para tanto claramente mensuráveis. Isto, praticamente, sem necessidade de especiais verbas orçamentais.

Pois se ele tem as televisões todas atrás de si e não tem outros poderes que não sejam os de influência, ao menos que use esta para fins meritórios, já que no demais estamos conversados.

Como reacção, informou-me o director da sua campanha:
1. que acusava a recepção da minha carta;
2. que a agradecia; e
3. que me enviava cumprimentos.

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