Há as típicas e as outras. Destas há-as para todos os gostos e feitios.
Fecharam a escola do meu bairro? Providência Cautelar.
Fecharam a maternidade da minha zona? Providência Cautelar.
Reduziram-me o salário? Providência Cautelar.
Enfim, se não se corta na despesa, Businão em cima.
Mas se se corta na despesa, Providência Cautelar em cima.
As Providências Cautelares parecem estar hoje na moda, em particular para tudo quanto é autarca ou sindicato. O dos professores até deve ter um gabinete especializado com um dístico à porta: Peça a sua Providência que nós fazemos.
A comunicação social lá vai divulgando todo este providencial frenesim como se elas pudessem sobreviver por si e dissociadas de um qualquer processo que, este sim, decide a questão de fundo, pois que a Providência mais não é do que uma medida cautelar, anexa a um processo mas decretada com mais rapidez, para prevenir um dano irreparável antes da lenta decisão (embora eu não perceba qual o dano irreparável numa redução de 5 % no salário).
Mas será isto mesmo uma moda ou apenas mais um sintoma de um mal maior?
Na realidade, todo este mau uso e abuso das Providèncias Cautelares apenas evidencia a falência do nosso sistema de justiça.
Isto é próprio de um país habitado por povo que não se governa nem se deixa governar e onde um governo não governa para o povo mas para as suas clientelas.
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