quarta-feira, janeiro 05, 2011

BPN

É triste quando o tema central da campanha presidencial é o BPN. É pena duplamente pois o que se discute não é bem o problema BPN mas sim as acções de Cavaco Silva. O tema deveria ser discutido mas na sua grande amplitude. Também aqui é a justiça que deveria funcionar e não funciona. Pobre país este que tem estes candidatos ao mais alto cargo da nação.

3 comentários:

  1. Discordo. A Justiça não é para aqui chamada (ao menos por enquanto).
    Eu odeio Cavaco Silva. É um facto. Não o odeio, todavia, por nenhuma razão pessoal. Pelo contrário, provavelmente, a seguir a Marcelo Caetano, devo a Cavaco Silva o relativo bem estar em que vivo. Odeio-o, porque ele tem o mais abominável defeito que pode ter um político: é manhoso e, sabendo que isso faz as delícias do povo português, apresenta-se sempre como um político não político, um político que odeia a política e que, ao contrário dos outros políticos todos, está na política com espírito de missão, sacrificando-se imensamente, porque para ele seria muito mais confortável dedicar-se às suas actividades particulares. Nas suas fantasias, porém, a pátria reclama reclama o seu contributo e ele, Aníbal, sofrendo, sacrifica-se. Contudo, ao contrário dos outros todos, ele é impoluto. Está para servir e não, como os outros todos, para se servir.
    Ora, acontece que Cavaco Silva fez uma negociata com acções de uma sociedade criada para a prática de burlas e trafulhices. Nessa negociata ele e a filha ganharam (diz-se e ele ainda não desmentiu) mais de duzentos mil euros. Pela sua formação e pelos cargos que ocupou, Cavaco Silva (que nos idos de 80 tanto alertou os portugueses contra o fascínio do lucro fácil que não passava de "gato por lebre") não podia ignorar que esta negociata não era normal e que cheirava mal à distância. Apesar disso, não se absteve de a fazer. Todos os portugueses gostariam de a ter feito e de ter ganho o que Cavaco ganhou. Mas não puderem nela entrar. Cavaco só entrou, porque era político e porque a política lhe proporcionou esta oportunidade. Não a deixou escapar.
    É este - só este - o problema em questão nesta campanha. Não está em causa a natureza ilícita ou criminosa do negócio. Está em causa o carácter de Cavaco Silva. Não é uma questão judicial e a justiça não é para aqui chamada. É uma questão política. Afinal, o puro, o honesto, o sacrificado, o político acima da política aproveitou a sua posição para, como todos os outros, enriquecer com uma negociata duvidosa.

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  2. Inteiramente de acordo com o Funes

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  3. Mas ainda está para nascer 2 vezes alguém...
    ;)

    JAC

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