terça-feira, outubro 26, 2010
Um tanque na horta
Ontem o preço do algodão subiu, num só dia, 4,2%.
Dizem alguns entendidos que este ano o clima foi rude na China e que a colheita será menor.
Mas o que se verifica é que vários países produtores e exportadores de algodão estão a criar dificuldades tarifárias e outras para a saída dessa matéria-prima, preferindo exportar produtos acabados que competirão com o sector têxtil-algodão europeu. Para isso, forçam o desarmamento tarifário na Europa e fecham tanto quanto podem a saída de algodão bruto.
A recente benesse dada ao Paquistão de suspensão dos direitos de importação em 78 artigos pautais do sector, sob a capa de ajuda a um país confrontado com inundações, ocorreu ao mesmo tempo que esse mesmo país já vinha ensaiando limitações à exportação de algodão.
Agora é a China. A China vem usando este método de fechar torneiras como arma política na cena internacional. O caso mais recente foi o da suspensão de exportação para o Japão de metais raros que a indústria nipónica precisa como de pão para a boca. Reabriram a torneira quando os japoneses se ajoelharam e devolveram o barco de pesca que haviam apreendido em actividade ilegal nas suas águas territoriais. A própria Alemanha e os Estados-Unidos já se deram conta da asfixia que a China está a montar ao mundo ocidental na área estratégica dos metais raros.
Os comunistas chineses nunca esqueceram que a mera ameaça à Sra. Tatcher de fecharem a torneira de água a Hong-Kong foi suficiente para recuperarem esse território.
Mas vá lá alguém explicar estas coisas ao nosso Amado. Desde que lhe dêem uma poltrona em Nova Yorque, o mundo pode rolar como bem entender, pois é-lhe indiferente saber em que toalha seca as mãos. Quanto às nossas operárias do Vale do Ave, que lavem a cara no tanque da horta.
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Até ao último comentário estava um post excelente. Como sabe, as decisões em matéria de reduções pautais são tomadas pelo Conselho de Ministros da UE. No caso presente o nosso país até se opôs, por exemplo, à concessão de benesses pautais para o Paquistão... só que existem 27 Estados à volta da mesa e o Amado, de poltrona ou de cadeira de rodas, bem podia ter gesticulado ou esbracejado que a decisão teria sido a mesma. Só não percebo porque não criticou o Presidente da Comissão, que apresentou a proposta!!!!! Vantagens de ter um presidente da Comissão português!
ResponderEliminarO Presidente da Comissão é um português? Eh pá, não me apercebi disso. Quanto ao voto do Amado foi a favor ou contra? Eu ouvi-o dizer que ficara satisfeito em ter retirado uma toalha e ter conseguido os 3 anos, mas se o amigo Pirolas o viu a votar contra, please corrija-me já.
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