quarta-feira, maio 26, 2010

Vontade de trabalhar

Este fim de semana andei pelos lados de Ofir e estive na sempre simpática Estalagem Parque do Rio. Continua um bom local para um retiro, rodeada de pinheiros, uma excelente piscina e a um salto da praia. Ah, claro e o Pacha está quase a abrir. Mas este post não é para contar as minhas aventuras. Mas sim dar conta da dificuldade que o gerente me deu conta em conseguir gente para trabalhar na hotelaria. Bem se esforça por escolher os curriculum disponíveis no centro de emprego local, bem se esforça por traçar um perfil das suas necessidades. O problema que encontra é por um lado falta de vontade de trabalhar numa tarefa que implica não ter fins de semana, trabalhar de noite. E por outro lado a fraca qualidade de quem responde aos anúncios. A velha problemática portuguesa: falta de vontade e de profissionalismo. Ainda vai havendo uns trabalhos para ocupar, mas de facto é muito mais cómodo ficar no bem-bom a receber o subsidío. Claro que quanto mais protecção houver menos necessidade temos em lutar.

7 comentários:

  1. Dizem que havia por aí uns caboverdianos e uns ucranianos disponíeis, mas se calhar, os que por cá continuam, também já experimentaram o subsídio de desemprego.
    Claro que não será nada "politicamente correcto" dizer isto, mas talvez possa ser uma pista para o tal gerente resolver o seu problemazinho...
    FRF

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  2. Talvez, digo talvez, se o tal empresário subir o preço (salário) encontre quem esteja disposto a sacrificar o fim-de-semana e a trabalhar de noite. Talvez, digo talvez, se o tal empresário perceber que a crise não pode significar mão-de-obra ao preço da uva mijona, encontre colaboradores motivados e dispostos a serem formados. Talvez.

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  3. Terias razão caro douro, terás até em muitos casos, não fosse a cultura da subsidiodependência que se instalou.

    A verdade é que, hoje em dia, as pessoas não querem trabalhar - que é a forma digna de receber dinheiro para prover às necessidades.

    O que as pessoas querem são empregos, com regalias, minimamente pagos e que correspondam aos seus "anseios". De contrário preferem ficar a receber o subsidío, por pequeno que seja...

    Esta inversão de valores, na minha humilde opinião, é que é o verdadeiro problema do País!

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  4. Penso que, se os salários fossem realmente mais altos que os subsídios, haveria muito boa gente a 'sacrificar-se'. Concordo em pleno com o Douro, embora também esteja completamente contra este culto do subsídio! Como dizia um slogan da rádio Voxx: "O Povo é quem mais Ordenha" (se o deixarem)!

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  5. Douro, como é habitual, a pôr o dedo na ferida.
    Essa é uma ideia peregrina da direita portuguesa, que somos todos uns malandrões que, se tivermos um subsídio de 400 ou 500 euros, já nos dispensamos de trabalhar.
    Senhores, as pessoas são, de um modo geral, preguiçosas. Quase todos nós o somos. Mas a generalidade das pessoas também tem sonhos e ambições que não se realizam com 500 euros por mês.
    O problema da subsídio-dependência não é o subsídio estimular a malandrice. É o subsídio estimular o trabalho ilegal. Um indivíduo trabalha, mas, para não perder o subsídio, prefere fazê-lo na clandestinidade, fingindo-se desempregado.
    É tempo de a direita perceber que o modelo de desenvolvimento do país assente em baixos salários acabou. Os nossos salários, por muito baixos que sejam, nunca competirão com os da Índia, da China ou do Paquistão. E assentando a nossa economia em salários baixos, tudo o que conseguiremos produzir é o que os indianos, os chineses e os paquistaneses produzem, mas pior e mais caro.

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  6. Caros Douro, Kito e Funes

    Não sei o salário que a Estalagem oferecia, mas admito que não fosse o minimo mas também admito que não seja igual ao do mourinho. Só que a questão também pode ser a levantada por Funes e que tem a ver com trabalho ilegal. Mas gostava de contar outro caso, também ele exemplificativo, mas que não sirva para generalizar. Pessoa amiga dirigiu-se ao centro de emprego e após um processo de selecção escolheu um dos desempregados que recebia o valor minimo. Ao fim de dois dias de trabalho, que tinha a noite como horário e desde o principio acordado, o jovem manifestou que desejava voltar para o desemprego pois o que ganhava a mais não compensava o trabalho. Mas para não perder o subsidio teria que ser a entidade patronal a informar que afinal não necessitava dele. Azar do preguiçoso. Ficou sem emprego e sem subsidio pois a dita minha amiga não contemplou. Exemplos, apenas exemplos.

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  7. A amiga fez muitíssimo bem, pois nunca devemos ser cúmplices deste género de mentalidade! Sejam mais assim!

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