segunda-feira, maio 10, 2010

Bragança


De vez em quando, os partidos centralistas e o Governo de Lisboa lembram-se de Bragança ou lá desembarcam na aeronave que os há-de devolver à capital ao fim da tarde, escassas horas depois de lá terem ido em turismo político.

Há cerca de 30 anos que fazem esse número.
Se tudo correr bem, têm os funcionários do Governo Civil, os polícias e uns tantos do partido à espera, a empurrarem uma menina com um ramo de flores.
Com sorte, o Ministro ou o « engenheiro » destapa uma placa qualquer em que gravaram o seu nome e que "no tantos de tal sua excelência abriu o Centro de saúde ou o asilo renovado".

Quando meses depois o fecharem, não põem placa nem há discurso ou câmara da RTP : afixam de noite uma folha A4 com letras pretas gordas a dizer que a partir daí o utente que vá a outro lado.

Bragança tem cerca de 22.000 habitantes, ou seja, 60% do concelho. Um terço da população do concelho é constituida por pensionistas. Os jovens de Bragança olham sem ilusões para as auto-estradas que diziam trazer-lhes progresso : sabem que se nada mudar, é por elas que partirão.

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