sexta-feira, abril 16, 2010

Não há favas contadas

Vi ontem a prestação de Louçã na "Grande Entrevista" da RTP.
Por muita comichão que isso nos faça, Louçã marcou pontos.
Trata-se de um político com espessura, claro no seu discurso e firme nos seus propósitos.

Ideologicamente é um desastre, naquele trotskismo embrulhado em celofane e em demagogia populista de sinal contrário à demagogia de Portas. Mas isso não basta para o sacudirmos. Qualquer cidadão médio pode perfeitamente concordar com muitas das críticas de Louçã ao regime. Porquê? Porque ele tem razão em boa parte dessas críticas. Ora isso é meio caminho para se admitir que as soluções que propõe são boas e é aí que está a casca da banana, até porque algumas das medidas que propõe são pertinentes e parecem provir de alguém que tem as mãos limpas, o que hoje em dia é uma extraordinária vantagem.

A queda livre que nos espera e o desemprego que se agrava são terra fértil para qualquer Louçã e não é a leveza de um Coelho ou o verniz de um Marcos que poderão desmontar a falsa esperança dos novos profetas. Os milhares de licenciados que nos próximos anos procurarão em vão um posto e um caminho estarão disponíveis para ouvir esses profetas.
Subestimá-los seria um erro. Não há favas contadas.

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