segunda-feira, março 15, 2010

Partir a louça

Bem intencionadas pessoas consideram que é preciso ter uma atitude positiva e optimista face ao país. Estes voluntaristas de sorriso cândido dizem que devemos calar os profetas da desgraça, os bota-abaixo, os maledicentes e todos os azedos que andam por aí a levantar pedras e a espreitar por fechaduras.

Desaparecem os documentos sobre o licenciamento da casa do Primeiro-Ministro? Deve ser ainda a campanha de assassinato de carácter.

São uns atrás de outros os horrores que se vão descobrindo e é uma pestilência que nos sufoca. Face a tudo isto, começo a temer pela saúde mental colectiva. Esta esquizofrenia de pretender que o podre tem potencialidades belas não pode dar resultados sãos. O país é uma gangrena e ninguém tem coragem de lhe amputar as chagas.

Até o PSD anda ali aos trambolhões, meio grogue com tanto lixo. Castraram-no e 'domesticaram-no' e a verdade é que muitos dos seus barões estão afinal satisfeitos com os seus cargos em Conselhos de Supervisão ou mesas de Assembleia-Geral, e abanam o rabo desde que lhes atirem uma Fundação ou uma holding financeira para o colo. Desse situacionismo capado, parece sair uma voz diferente e um outro discurso. Digo bem, parece.

O certo é que se o Paulo Rangel for outra desilusão, então não haverá mais desculpas para que fiquemos em casa refastelados a ver o país morrer. Ou morremos ou partimos a louça

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