O século XX em Portugal representa, a meu ver, o período de maior destruição urbanistica e ambiental.
Fruto de um enorme atraso cultural e de uma economia em grande parte sustentada na construção imobiliária, autarcas, politicos, poder legislativo e empreiteiros encheram o bolso e destruiram uma parte significativa do País.
É criminoso o que foi permitido fazer na costa Algarvia e em todo o litoral bem como nas aldeias do Norte, Trás os Montes, Douro, Beira e Centro.
Confesso que é para mim uma enorme dor de alma assistir diariamente à destruição do nosso património natural e sentir-me impotente para combater essa tragédia.
Este Governo ajudou à festa ao facilitar os processos de desclassificação das reservas agrícolas nacionais e das reservas ecológicas e ao banalisar a atribuição da classificação de projecto PIN (projecto de interesse nacional).
O ordenamento e planeamento do território são feitos a pensar em satisfazer os bolsos de A ou de B e ainda para mais o combate à corrupção tem sido um fracasso.
O problema é que o mau ordenamento e planeamento acabam por mais tarde ou mais cedo dar os seus frutos.
Não se admirem pois aqueles que resolvem construir no meio do Monte e chegado o Verão veêm os seus pertences a arder.
Não se admirem pois aqueles que resolvem construir junto ao Mar e chegado o Inverno o Mar leva-lhes o que tenhem.
Não se admirem pois aqueles que resolvem construir em zona sísmica ou em leito de cheio.
Que os particulares tenham essas veleiodades parece-me compreensível, agora, o que não é aceitável é que o poder politico autorize, licencie e/ou feche os olhos a essas situações.
Importa pois assegurar um melhor planeamento e ordenamento mas mais ainda é preciso que haja uma mudança de mentalidade dos politicos e da sociedade civil para que se mobilizem para a reslução deste assunto
Neste momento estão condenadas 3 importantes zonas do País:
- albufeira da barragem do Alqueva que já está condenada a ser transformada num Algarve II:
- Costa Alentejana e
- o vale do Rio Sabor.
é sobre este último que irão recair as minhas atenções no próximo post.
Venha lá o vale do Sabor, que desconfio que me vai saber mal
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