sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Uma manta no monte

Não, não me venham com a conversa da "renovação geracional".
É óbvio que a natureza impõe as suas leis e que todos envelhecemos e decaímos. Felizmente, vem sempre atrás de nós gente com pressa de nos entregar uma manta e de nos instalar no "monte", que nos dias que correm deve ser uma poltrona junto de um radiador com um tele-comando integrado. E isso está muito bem e é muito bom para nós e para eles.

Mas como há tempos escrevia Pacheco Pereira, isso da "renovação geracional" como arma de arremesso para empurrar os seniores e dar espaço aos mais novos é conversa da treta. Nem os mais experientes têm direito a invocar essa qualidade para esconderem os seus erros, nem os mais jovens têm o direito de exigir um lugar só porque estão cheios de energia e o futuro lhes pertence.

Em política, a capacidade para fazer asneiras, dizer disparates e cometer erros graves está harmoniosamente distribuída pelas diferentes gerações. As cãs merecem respeito mas não dão por si só o monopólio da verdade, é certo, e tampouco o frenesim e a dita modernidade dos menos maduros lhes dão por si só o monopólio da visão.

Na contenda eleitoral para a liderança do PSD, desconfiem de quem vos venha falar de "renovação geracional" como sendo um argumento político. Não, não é por aí.

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