terça-feira, fevereiro 23, 2010

Levantar o nevoeiro

Nasci no Porto.
Há um não sei quê naquela humidade, naquele nevoeiro, naquela nortada, naquela luz sobre as camélias (o Rui Moreira tem razão), naquele rio matreiro, nos cheiros e nos insultos, nas gargalhadas, na brejeirice sã e crua, que nos marca para sempre e de que maneira.

Sinto essa marca na alma e no meu reumatismo e é por isso que, depois de 25 anos em Bruxelas, é ali no Porto que quero esperar pelo Alzheimer, porque é ali que estão os meus amigos de sempre, foi ali que nasceram os meus 8 irmãos e é do Porto a Cecília que me salvou do meu inicial deslumbramento pateta pela CEE.

O Porto é a raiz forte que tenho e de que preciso para não ir ao 'Deus dará'.
Por causa desse orgulho atrevido é que me imaginei 'douro' escriba. E quem me sofre e atura são os companheiros do 'Nortadas', mais os seus leitores ocasionais. O rio também não tem culpa, mas a esse tanto lhe faz.

Chamo-me Francisco Sousa Fialho e, como é obvio, assumo inteiramente tudo o que aqui fui escrevendo sob o pseudónimo 'douro' e o que vier ainda a escrever .

Olarilolé!

62 comentários:

  1. Um grande beijinho querido Pai, com o coração a rebentar de orgulho! ;)

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  2. Fernando Vasquez8:40 da manhã

    O nevoeiro está a dissipar-se com a Primavera, e tu (ou o teu anonimato) com ele. Eu sei que os teus alvos são tão mauzinhos que até nem é nada difícil enxovalhá-los. Eles merecem e é necessário desacreditar este regime para se evitar o abismo. Tu fazes isso muito bem, com muitos outros que têm aparecido recentemente como uma lufada de ar fresco. Mas o que é mais importante para o futuro é o que está sempre presente nos teus comentários por detrás da chacota irresistível: a explicação, o contexto e a alternativa.

    Sobretudo, tratando-se da Europa e das implicações desta para Portugal, a ignorância é tão confrangedora e as consequências tão determinantes que os teus esclarecimentos são vitais e compensam qualquer eventual incómodo que isso pudesse causar-te.

    Logo, continua, agora de peito aberto, a informar-nos. Acho que conseguiste fazer-me juntar ao grupo. Abraço.

    Fernando Vasquez, também em Bruxelas

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  3. Hoje o Porto acordou à chuva, mas, como dizia Fernando Pessoa, "um dia de chuva é tão belo como um dia de sol, ambos existem, cada um como é".
    Não sei se o rio Douro será o mais bonito do mundo, mas continua a ser o que passa na nossa cidade.
    Com esta humidade fica bem mais bonito e convida-nos a sair cedo e a tomar o caminho da marginal para o trabalho.
    Como as Tvs matinais só mostram um pouco de lama na infeliz Madeira, entre um jogo de futebol que já foi e outro que ainda será, clico ainda no nortadas. E zás, douro é Francisco Fialho.
    Esfrego os olhos, volto a ler a última frase, e lá continua, douro é Francisco Fialho.
    Em boa verdade já tive as minhas suspeitas. Pela análise sempre bem informada, e bem formada, pela crítica sempre bem apimentada, mas sem rancor, pelo estilo das crónicas domésticas da Zulmira e pelos momentos de arte sempre bem selecionada.
    No mais, o Porto sempre espera.
    Um abraço deste Norte do Sul,
    Francisco Rangel

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  4. Meu caro «douro»:

    Tirou a máscara e mostrou que pode respirar melhor sem ela, pode enfrentar os nevoeiros e os fumos que agora estão na moda. Fumarolas, talvez...

    Eu, rouxinol de Bernardim, José Manuel Leite de Sá, devo dizer que se leio o «nortadas» em grande parte a si o devo, pois paira acima de uma estreiteza mental muito comum entre alguns escribas que pululam por aí.

    Não tenho partido, não sigo líderes nem rebanhos, mas tenho as minhas próprias luzes e os meus pontos de referência.

    Andar neste mundo é um risco que é preciso correr. Há que ter prudência sim, mas por vezes há que desembainhar a espada e ir à luta.

    Os «lobos uivam» vezes demais. Querem ser só eles a fazê-lo cerceando a voz aos outros habitantes desta selva. Há que colocar os «lobos» na reserva em que merecem estar.
    O direito à liberdade de expressão é sagrado, não há «lobo» que o coarcte, não há machado que corte a raíz à liberdade!

    Bem haja!

    rouxinol de Bernardim

    J.M. Leite de Sá

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  5. Grande douro!
    Só tu para me fazeres sorrir, neste dia chuvoso e que me ataca as "cruzes".
    'Tamos juntos!
    Um abraço do
    JAC

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  6. Mariana Valente9:44 da manhã

    Parabéns,Chico, pela linda mensagem de "luz" sobre o douro. A coragem, a sensibilidade, o humor, a presença da Cilinha, comovem-nos.
    Boa sorte e contamos contigo também aqui pelo sul...
    Beijinhos,
    Mariana

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  7. Apesar do nevoeiro, foi sempre nítida a força da corrente deste douro. Mas na actual situação das coisas dar a cara é um acto que admiro.

    Agora, isso que não diminua a tua veemente e constante luta pela verdade, desafiando preconceitos fáceis. Queremos continuar a ler textos cativantes, pertinentes e maravilhosamente bem escritos. Força Pai!

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  8. Joaquim Silva Rodrigues9:50 da manhã

    Caro amigo Francisco,
    Aprecio e admiro a tua vinda a público, se é que tal gesto explícito era necessário; mas para quem andasse à produra do "douro", aceito que era preciso dar um retrato ao pseudónimo.
    Não te garanto que concorde sempre com as tuas críticas, até porque, como certamente te recordas aquando da apresentação da "Questão de Carácter" do Rui Moreira na Orfeu, não tive até à data razão para mudar de opinião nem - apesar das pesadas derrotas, já não sei quantas seguidas - de clube (aquilo no SCP está mesmo muito mau!!!). Contudo, estou na linha da frente para, de forma tertuliana mas contundente, exprimir o que me vai na alma sempre que veja que é oportuno e com valor acrescentado. As opiniões não se medem só pelo nível de acordo ou de desacordo em relação aos nossos pares mas também e acima de tudo pela generosidade e sinceridade - e também alguma arte (e tu tens essa arte em quantidade e qualidade), porque não? - com que dizemos as coisas.

    Por isso, amigo Francisco, vamos lá abanar esta gente. Não precisamos estar de acordo com o que defendemos (tu para ali, eu para aqui, sem ser importante determinar se "ali" é mais perto ou mais importante do que "aqui"). Podes contar comigo. Como tu dizes - e muito bem! - o que se ganha em credibilidade perde-se em segurança, mas compensa!
    Um abraço e que bons ventos soprem pelo douro.
    Joaquim

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  9. Há rios e rios... Há ir e blogar!

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  10. Pois o meu deslumbramento (por ti) mantém-se, e não é pateta. A tua lucidez foi-me sempre muito querida.

    "Pour voir, il faut être libre de toute autorité, des traditions, de la peur..."

    Coragem e muita força! E um grande beijinho à Mariana, que pode contar também comigo lá pelo sul.
    Cila

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  11. Meu Caro Francisco
    Folgo muito com a notícia da tua vinda e com a revelação. Conheci o Douro antes de te conhecer a ti e, embora muitas vezes não concorde com ambos (e não me refiro aqui às posições sobre a UE), não sei qual aprecio mais. No plano pessoal, contudo, sempre me dei bem melhor contigo do que com o Douro, que tinha o péssimo hábito de por vezes me lançar uns ferros curtos.
    Ao vires para o Porto e simultaneamente fundindo dois em um, deixo de ter este problema.
    Saúdo, portanto, por razões egoístas, o teu regresso a casa.
    Quanto ao Alzheimer, trataremos cá dele, pois creio, embora não seja clínico, que Bruxelas tem um ambiente muito mais carinhoso para as doenças degenerativas do que o Porto, apesar da nossa triste e provisória decadência.
    Um forte abraço
    BLX

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  12. Boas,
    A nossa terra está muito estranha. Quem pensa em conquistadores, revolucionários, grandes homens deve-se estar a referir a uma terra antiga, a uma gente que se elevava à chegada a mares nunca dantes navegados. Algo se passou entretanto. Que se passa com a alma, a inspiração, o motor desta nossa terra? O Porto que deu nome ao País, o Norte que moveu montanhas na nossa história estão os dois tristes e sem rumo.
    Portugal precisa de gente nova, gente que traga novas ideias e que além de ter as ideias as ponha em prática. O Porto precisa ainda mais. Vamos lutar juntos aqui nesta terra e criar um novo rumo para esta gente que merece melhor.
    Um abraço de um ex emigra, farto de dar cabeçadas no Douro, e cheio de vontade de lá nadar com paz, orgulho e alegria.
    Tiago

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  13. um abraço amigo, aqui, de lisboa, Alexandra

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  14. Guida Fialho10:48 da manhã

    Sopra sempre com força e que essa nortada seja fresca e certeira" Beijinhos

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  15. Parabéns Chico. Beijo

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  16. Caro Francisco
    Em termos de literatura fantástica, a idossincrasia nacional sempre se reduziu a um "campo de levitação". Quer dizer, estamos e sempre estivemos rodeados de abismos, desgraça, ruína. Mas o "campo de levitação" que a magia nacional tem conseguido criar poupa-nos a visão da realidade e a sensação de vertigem.
    Ora, aí vens tu, Douro, a combater contra os mágicos, a chamar a nossa atenção para as ilusões que tentam distrair a nossa inteligência, a abrir aqui e ali um "portal" através do qual queres, por "teledeportação" que possamos sair para outro Portugal que não o portugal dos mágicos.
    Grande força anímica a tua, meu Amigo. Não conheces as habilidades da magia. Qualquer mágico da educação nacional é capaz de criar "cortinas isolantes", "sortilégios paralisantes", "filtros de obstrução", "encantamentos" daquilo que não tem encanto nenhum, levantar, quando menos o esperas, os amuletos da praxe e acabar-te com duas benzeduras.
    O escritor russo Turgueniev disse um dia que todas as personagens se reduzem a duas únicas personagens, Dom Quixote e Hamlet. Tu tentas juntar as duas e essa tentativa honra-te.
    Mas não te esqueças de que já o Eça disse que Portugal "é uma realidade culinária".
    Olha, meu Caro, estás a precisar de um almoço de lampreia com os amigos.
    Aquilo que tens escrito e a tua atitude no Nortadas é nobre mas desqualificam-te como comensal nacional.
    Um grande abraço.
    pedro

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  17. Assim é que é! Espero um dia levantar esta próxima cortina de nevoeiro que é a internet e conhecê-lo pessoalmente!
    Até lá, parabéns por um óptimo trabalho!

    Edgar Sancho

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  18. Filipa Sousa Fialho12:03 da tarde

    é com o sado que me identifico mas é, sem duvida, no douro que te vejo espelhado e por isso também eu me revejo no douro. tanto! por tudo! e pelas tuas descrições e força nos textos cativantes, nas historias hilariantes e na maneira como vês e partilhas a vida! Pai douro, Pai Chico, um beijinho gigante com ondas de orgulho a rebentar na foz!

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  19. Caro Francisco

    É sempre bom voltar a casa, sobretudo quando ela se parece com a nossa cidade, com as suas nortadas, nevoeiros e jardins, e com o seu Douro, quando se tem família e amigos à espera, e leitores fieis a Norte....Bem vindo!
    Seiscentos posts é muito, sobretudo quando são diários, certos, sinceros e com qualidade (fala com admiração quem não o consegue, mas apesar de tudo lê sempre, com alguma inveja e ao mesmo tempo com extremo consolo pessoal e "colectivo" por assim se ir mantendo em bons níveis o sopro da Nortada). Parabéns Francisco, e força para os próximos seiscentos :-)! um beijinho da
    Paula

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  20. Marta Cunha Vaz12:11 da tarde

    Dos 23 primos que somos,sempre te admirei desde criança,és uma referência com grande sentido de humor e inteligênciana na forma como te exprimes.....qualidades cada vez mais raras!
    São estes momentos maravilhosos que nos ajudam a viver a vida!
    Parbéns e não desistas!
    Beijo grandes

    Marta Cunha Vaz

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  21. Pedro Caldeira Santos12:34 da tarde

    Do Francisco saberia o que dizer. Sobre o "Douro" é esperar para ver.
    A ajuizar pelo pseudónimo escolhido "Douro", aposto que esta não será uma vulgar espera, recheada de expectativa ou de interrogações...
    Se "Douro" não foi escolhido com um proposito, surge como destino.
    Ao ler "Douro" vem-me à memoria o RIO.
    Mas o "Douro" não é um rio qualquer. É um Rio irreverente onde os meandros são meandros eternos,resistentes à EROSÃO dos ventos e dos tempos. Onde o leito do Rio se mantem no caminho escolhido,independentemente das tentativas de controlo da sua Liberdade. As aguas podem ser retidas mas só temporariamente. E quanto mais tempo retidas, maior a velocidade e a agressividade da sua libertaria corrida em direcçao ao destino inicialmente escolhido.
    Daí a alternancia entre as suas águas serenas do Verão, que banham calmamente as margens da cidade antes de se esgotarem na FOZ,e a agressividade das aguas ,soltas depois de presas pelo PODER das grandes barragens que oprimem o Rio enquanto cresce; Correntes que correm LIVRES entre uma mistura de cheiros de terra e do suor da vindima, cheiro do semen de frutos esmagados e recolhidos curvados, das castas plantadas nos montes que controlam o seu curso, traçando um leito singular,agressivo e belo ... Correntes insinuando mentes e memórias OPRIMIDAS que uma vez libertadas, correm desalmadamente em busca do IDEAL escolhido até se reencontrarem com a SERENIDADE .
    É por isso que, com serenidade, ficarei a aguardar a beleza dos retratos e mensagens que no futuro, o "Douro", nos reserva ... Para ti Francisco, um abraço e Boa sorte neste novo caminho que assumiste percorrer.

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  22. Tio,
    A leitura do Nortadas tornou-se um ritual diário, num clique rápido que acompanha o café da manhã, o intervalo da tarde ou uma pausa de trabalho para respirar.
    Tenho aprendido muito com o seu olhar de longe, da neblina, mas muito focado e direccionado.
    Deixo aqui os parabéns pelo levantar do véu e, tal como o João, só espero que tal não limite a sua liberdade para escrever e dizer o que pensa e acredita.
    Quero continuar a aprender e por isso continuo a contar consigo e com o Nortadas.
    Um grande beijinho de Parabéns!
    E quem sabe o regresso ao Porto não acabará por representar mais do que o acolhimento do Sr. Alzheimer...
    Maria Forte Vaz

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  23. Venho regularmente ao "nortadas" porque os seus comentários ,subjectivos mas geralmente com informação pertinente,me interessam.Várias vezes lhe escrevi"rabanadas".Agora fico a saber quem os escreve.Que o facto de se dar a conhecer aos leitores assíduos do "douro"não implique a "auto-censura" ou o "comentário teleguiado"de muitos outros comentadores "objectivos,mas non tropo"sempre bem enquadrados pelas directivas da Igreja ou do Partido ,estilo "Deus,Pátria e Família".Continue com o seu comentário subjectivo, mas coerente e perspicaz.
    E nós continuaremos a vir ao "nortadas" para o ler.

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  24. Escrever sob pseudónimo ou assinar com o seu próprio nome não é relevante se o que se tem para dizer é bem dito,pertinente e nos ajuda a formular ideias e opiniões. Por isso,Chico,se assinas "douro" ou FSF ,a meu ver,pouco importa.Importa talvez a quem opina com base em escutas."Feind hört mit". O que tens para dizer sobre isto ou aquilo interessa-me porque é sempre pertinente.Por vezes não estou de acordo,mas a perspicácia do teu comentário ajuda-me a formular a minha ideia.Só espero que o continues a fazer como o tens feito até agora:comentário perspicaz-divertido-sentimental,com um toque de retro.
    Hamdoulilah (outra versão do teu " Olarilolé")
    Carocha

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  25. A coragem é um valor em si mesmo.

    Nem que seja para cumprir um valor moral de "transparência". O que, nos dias que correm, não é de somenos.

    Portanto, bem hajas "douro", Francisco Sousa Fialho, ou a escrita que também és e a que já nos habituaste.

    Como se prova, é possível um Portugal melhor. Basta querer.

    Abraço, Francisco Meireles

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  26. ...até o rio douro está mais reluzente...

    Não desistas...continua a deliciar-nos com a
    a tua prosa....ás vezes a rir(a bom rir) e sempre lúcido e muito coerente...

    Um bejinho
    Isabel Fialho

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  27. Uma honra fazer parte deste grupo de pessoas que hoje o felicitam! Envolta em brumas portuenses trago comigo a recordacao infantil, do Chico Fialho "amigo do pai que vive lá longe, na CEE, perto do tio Fernando" A voz da avó Odília profere estas palavras com admiracao, mas com alguma desconfianca também. Se ainda aqui estivesse, pelo menos na visao que dela tenho, gostaria de ser a primeira a dissipar-lhe essa desconfianca (embora saiba que nunca o seria, pois que tantos outros, maiores em importancia, da família se acotovelariam para poder dizer o mesmo)..."ele é muito diferente dos outros, avó!" Um beijinho de parabéns e de muito-obrigada! Ana Vasquez

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  28. "A alma, ao contrário do que tu supões, a alma é exterior: envolve e impregna o corpo como um fluido envolve a matéria. Em certos homens a alma chega a ser visível, a atmosfera que os rodeia tomar cor. Há seres cuja alma é uma contínua exalação: arrastam-na como um cometa ao oiro esparralhado da cauda - imensa, dorida, frenética. Há-os cuja alma é de uma sensibilidade extrema: sentem em si todo o universo. Daí também simpatias e antipatias súbitas quando duas almas se tocam, mesmo antes da matéria comunicar." (Raul Brandão )

    E, depois da fala do Mestre, devia ficar calado. Mas que queres? As vãs glórias empurram-nos para a exibição, não resistimos ao acrescento, ao detalhe de mão, à nota pessoal – que prezarás, por certo! –, mas que talvez sejam afinal o conteúdo da vida, pois o desconhecido, a transcendência, o cogitare, é curta conversa, ínfima no quotidiano. E, por isso, cá estamos, testemunha da transmutação… de um rio noutro, sim porque os de alma visível, não têm revelação mais que espante.
    E é disto mesmo que precisamos: da grandeza das transparências, das persistências de causas que "endourecem", de correntes contínuas de dedicação, de procura e de humanismo, de caudais de carácter, como tu, … como o Douro.

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  29. Francisco

    Sou desde há muito leitora do Douro em Bruxelas e como leitora só posso agradecer e desejar que continues a publicar.

    O país precisa de pessoas como tu, sem medo de dar a cara (atitude cada vez mais rara nesta "exótica" selva de lagartixas e polvos que teima em nos rodear) e com indiscutível capacidade e competência para fazer a diferença.

    Força!

    Vida longa ao Nortadas!

    Sofia

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  30. Eu nasci em Campo de Besteiros.
    É lá que o meu Alzheimer me vai apanhar.
    Sou um recente admirador do Nortadas, e ao ler o seu post tenho que certeza que fiz uma boa escolha.
    Apreciei imenso a sua honestidade e prosa.
    As maiores felicidades para si e para o Nortadas

    Mário Coimbra

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  31. Parabéns Chico, finalmente deste nome próprio ao Douro. Não sei se isso é ou não importante, mas é concerteza uma declaração de independência. Nasceste no Porto e tornaste-te um homem do Norte,é certo, mas as raízes sadinas que carregas tornam os teus escritos verdadeiras sátiras bocageanas que nos deliciam a todos. Continua, pois, no Porto ou em Bruxelas, mas não pares. Os teus leitores assíduos agradecem. Guta

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  32. Chico,
    Um grande abraço de apoio pela decisão de continuares a brindar-nos com os teus comentários, sempre fundamentados, agora de "peito feito". Quanto mais a comunicação social se afasta da sua missão objectiva de vigilância séria e transparente, mais necessidade vamos tendo de receber opiniões independentes e factuais. É claro que parece haver cada vez mais sofisticação, nos processos destinados a calar vozes(sérias)incómodas. Por isso mais valor tem quem dá a cara, com lisura. É um exemplo que nos faz pensar e que nos obriga, a todos, a ser mais participativos e a estar mais atentos.

    Grande abraço,

    Alvaro Teles

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  33. A saída do anonimato vai bater o record de comentários. :-)
    O tempo de facto está para todos darmos a cara.

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  34. Peço imensa desculpa de chegar tão tarde mas um texto anónimo do teu serviço impediu-me de chegar a tempo, como teria pretendido.
    Estamos poucas vezes de acordo com o resultado mas, como um dos fornecedores regulares de elementos para reflexão sempre achei imensa piada à transposição desses elementos simples e por vezes simplistas em peças de artesanato moldadas ao longo da descida do Douro por estas páginas.
    Boa continuação e parabéns!
    Zé Carlos.

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  35. miguel de aragão soares3:23 da tarde

    Caro Francisco,

    Quero felicitar-te pelo blogue e pela prosa. Embora provenha da terra dos mouros e do Levante, sabe sempre bem uma Nortada - em particular nestes tempos de tão medíocre agitação na pátria lusitana (mas é quando o vento está de revés que se conhecem os bons marinheiros, e suponho que o meu "monarquismo" me torna insuspeito para afirmar que há quem esteja honesta e honradamente a aguentar o barco).

    Conheci uma vez um poeta de rua em Salamanca que manifestou um forte desagrado quando lhe disse que estávamos na terra do Unamuno. Ainda estou a vê-lo a replicar-me, de forma chocada e muito assertiva, que a nossa terra é a terra onde vemos a luz pela primeira vez e que o Unamuno tinha nascido em Bilbau. Fundamentalmente o poeta tinha razão (os poetas têm sempre razão), mas suponho que se poderia acrescentar que a nossa terra é também a dos nossos costados ou mesmo aquela que adoptamos. Não é raro ouvir-se os emigrantes dizer, sobretudo os mais antigos, que a terra onde vivem é a sua pátria de adopção.

    Da minha parte - embora tenha visto pela primeira vez a luz na capital alfacinha - dedico cada vez mais os meus tempos livres à investigação das curiosidades históricas da terra dos meus pais, o tão maltratado antigo reino (ou taifa) do Algarve, que não se reduz a praia, Sol, golfes e resorts. No entanto, quase tudo o que tenho, devo-o à CEE, e considero uma experiência privilegiada e única poder conviver no dia-a-dia e trabalhar com colegas oriundos de quase todos os países membros do clube, muitos deles até há poucos anos separados por uma cortina de ferro que os tornava muito distantes, embora, por exemplo, Praga esteja a 800 km de Bruxelas e Portugal a mais de 2.000 - e Faro a tantas horas de voo como Istambul.

    Quero acreditar - mas sei que sou ingénuo - que a única razão de tudo isto onde trabalhamos está na procura da paz e da liberdade, o nosso bem mais precioso. E num certo idealismo também, sem o qual tudo isto se reduziria a tecnocracia e burocracia - que muito tem aumentado. Por isso, é de louvar que haja funcionários que tenham a vontade e a audácia de romper o cinzentismo dominante - agora até nos eléctricos e autocarros de Bruxelas - e exprimam com liberdade o que pensam e o que lhes vai na alma, sobretudo quando o fazem com talento e beleza. O Porto sempre foi uma terra de liberdade - como o Algarve, di-lo a História, infelizmente muito pouco conhecida, a começar pelos próprios algarvios: foi a única região do país que apoiou unanimemente o Mestre de Avis, representada, entre outros, pelos Côrtes-Reais provindos de Tavira.

    Prezo cada vez mais o debate e a livre troca de ideias - e tenho cada vez menos pachorra para a cada vez mais presente demagogia, para as televisões que já não vejo e para os jornais que já não leio - e por isso asseguro-te que vou seguir com muito gosto os teus textos, sabendo que são escritos com muita simpatia, honestidade, elegância e bondade, e por quem, deixa-me testemunhá-lo, ofereceu à CEE a primeira condenação de Portugal pelo Tribunal Europeu, em Março de 92, num processo muito simbólico, pois estava em jogo o funcionamento da União Aduaneira, a base de tudo o que se seguiu.

    Com amizade,

    Miguel

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  36. .."Um homem também chora" ... não interessa explicar , sei que tu percebes ..

    É um prazer, uma honra e uma emoção ler-te e sentir que tinha razão ao considerar-te um dos 'heróis' nos tempos dos meus 12 anos ..

    Um abraço

    Luis

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  37. Margarida3:46 da tarde

    Francisco,
    Este assumir de identidade apenas confirma aquilo que já sabíamos: que tens a coragem de dizer o que pensas e de o assumir sem medo. E isso é um raio de luz no que o Miguel chama o "cinzentismo dominante" de Bruxelas.
    Um abraço,
    Margarida

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  38. "Este último carnaval durou cerca de uma década
    Foi o carnaval dos 3 Bs...B de Bush, B de Blair e B de Barroso.
    Realmente era preciso máscaras, fantasias e disfarces para soltar umas bocas pertinentes, aqui e ali.
    O carnaval acabou e de faces ocultas estamos todos fartos.
    Chegou a era do "SOl", onde os rios têm nomes e as opiniões sao verdadeiramente livres...livres de influências e repercussões. (para além de qualquer providencia cautelar que possa vir a cair do ceu)

    Agora desmascarado, a este "cavaleiro do apocalipse" pede-se-lhe apenas que a língua continue afiada ou/e que o teclado continue certeiro. Que o exemplo seja repetido vezes sem conta...por todos os mascarados que andam por aí.

    Viva o Douro...viva a liberdade de expressão.viva a coragem de dar a cara.
    Citando Orwell

    "Em tempos de fraude universal dizer a verdade é um acto revolucionário"

    Aquele abraço de outro mascarado
    El Nando"

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  39. Já sabia que escrevias bem.Já sabia que pensas pela tua cabeça. Já sabia da tua coragem, mesmo nas situações que nos desafiam a afirmar : " Eu sou Livre". Já sabia que nem sempre estou de acordo, e que uma valente discussão é um excelente exercicio contra a obesidade do "cinzentismo". Já sabia tudo isso, e muito mais que anos e anos me foram ensinando.
    O que não sabia era que muitos, que não conheço, também apreciam o dessassossego das tuas prosas, o inconformismo dos teus pensamentos.
    Bem hajas Douro, Francisco, Chico... Eu, e na minha opinião o País, necessitam de vocês todos, necessitam de caras novas que substituam o velho ou novo "lastro" que a todos nos empurra para baixo.
    Haja esperança...

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  40. Daniel Brás Marques4:14 da tarde

    É com enorme satisfação que saúdo o desvendar do rosto por trás do "Douro". As primeiras colaborações com o Nortadas foram estocadas contundentes, mas sempre pertinentes. Depois inaugurou-se a era mais prolífica do nosso blog, que se deve diria - e espero não cometer qualquer injustiça - exclusivamente ao Douro.
    Sei que, agora, com o Francisco, uma nova fase irá começar e estou certo de que será ainda melhor.
    Em tempos de silêncios, segredos, escutas e quejandos, esta revelação é, a todos os títulos uma inspiração.
    Um forte abraço,

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  41. Isabel Silva Pinto4:47 da tarde

    Querido Francisco
    Um grande beijinho de parabéns
    Isabel

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  42. Bom, é como eu dizia antes: há aqui qualquer coisa que me está a escapar, mas pronto. Um abraço e que o Porto, que é treta de uma cidade, não te seja demasiado pesado. Ernesto Serna

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  43. Levantei-me esta manhã às 7 horas, como de costume (sou sempre a primeira a acordar cá em casa). Mas hoje ouvi um barulho na sala ao lado, o som do Windows a começar. Lembrei-me então de uns rumores que tinha ouvido por aí e vim espreitar o Nortadas. Cá estava. Francisco Sousa Fialho!
    Este último ano, já me comovi com as histórias do Nelinho, da Zulmira, o "Almoço no Infante de Sagres"; mas desta senti outra coisa muito mais forte. Estive o dia todo a pensar no que seria exactamente. Cheguei a casa e li as 41 "rabanadas" que cá estavam. Agora sei o que era: orgulho de ser uma Sousa Fialho.
    Força Pai!
    Um grande beijinho,
    Luz

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  44. J'écris ceci à Evora, où il fait un temps ridicule.
    A lire Nortadas, au fond uniquement pour me faire chatouiller par les dépêches de Douro, qui sont souvent si loin "over the top" ou bien, pour moi, seulement vaguement compréhensibles - mais toujours, toujours, intelligents - , je me fais de temps en temps une idée d'un Portugal, et d'une vue portugaise sur l'Europe, qui me tentent. Alors reste, Chico. Et on se rappellera que tu es un grand fleuve. Comme écrivait l'autre: "I'm looking at the river, but I'm thinking of the sea"...
    Greetings.
    Sus van Elzen.

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  45. Meu caro Francisco
    Quando o Carlos me convidou para escrever no Nortadas de imediato acedi e de imediato me questionei sobre se devia assumir ou não a minha identidade. Consciente, dos riscos que isso implicava, não hesitei em assumir sempre a autoria dos meus escritos. Para o bem e para o mal. O facto de assumir a autoria dos meus comentários causa-me alguns dissabores e por vezes alguns comentários insultuosos de quem cobardemente se esconde por trás do anonimato.
    Não é seguramente o caso do Douro. Porque uma coisa é quem se esconde sobre a capa do anonimato para cobardemente poder insultar quem escreve livremente outra, muito diferente, é quem assume um nome, uma marca, para escrever de forma magnifica e nada insultuosa.
    Confesso-lhe até que é com grande pena que assisto ao desaparecer do Douro mas percebo que o faça. Percebo que para o Francisco seja importante destapar este véu.
    E, nos tempos que correm o assumir a identidade na autoria dos seus textos é um importante sinal. Como dizia o Paulo Rangel na AR - em Portugal há um clima de perseguição, de censura, de medo que tolhe a liberdade individual.
    Ora, o assumir a identidade dos seus textos é marcar uma posição de coragem, de quem consciente dos riscos dessa tomada de posição não hesita em levantar essa bandeira.
    Sá de Miranda escrevia
    "Homem de um só rosto
    de uma só fé,
    antes quebrar que torcer,
    tudo ele pode ser
    mas da Corte Homem não é!".
    E posso dizer sem qualquer exagero que também o Francisco é Homem de um só rosto, de uma só fé e que da Corte Homem não é!
    Fui apresentado ao Francisco por um amigo comum e apesar da distância geográfica e etária é um enorme previlégio te-lo conhecido e merecer a sua amizade. Com o seu regresso ao Porto espero poder retomar as nossas interessantissimas conversas em Bruxelas.
    ...a bem da Nação!

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  46. Olá Chico

    Chego pela tardinha e tardiamente … mas o “labor deste dia” … assim me obrigou.

    É emocionante e gratificante vivermos este momento único a que todos nos quisemos associar, de corpo e alma, e que nos transporta a tantos outros que tu nos proporcionaste, ao longo dos anos, desde os tempos idos da década de sessenta.

    Com o seu sarcasmo, perspicácia, a verbe fácil, elegante, entusiasmante, irónica, diabólicamente PROVOCATÓRIA, contundente e quase sempre demolidora, delicia-nos, diverte-nos e abana-nos, todos os dias e várias vezes ao dia, contribuindo para a desmontagem e desmascaramento de mtas situações, umas, verdadeiramente pantanosas, outras pouco claras e de natureza ética muito duvidosa.

    É espantoso como tu, ao fim destes anos todos, consegues manter o mesmo espírito, agitador, vivo, rebelde, persistente, lutador até à exaustão, de procura pela verdade, de combate pelo que consideras ser o melhor caminho para o bem comum, com o mesmo ânimo com o que o fazias quando tinhas menos 35/40 anos.

    Por não ter sido dos primeiros a comentar a tua revelação, pude ler e emocionar-me com tudo o que foi postado antes, e, assim permite-me que realce um pormenor: da mesma forma que os teus filhos e sobrinhos se sentem, com toda a razão, orgulhosos do pai e tio que têm e da sua atitude e postura perante a vida e o mundo, também tu te deves sentir orgulhoso dos filhos e sobrinhos que tanto te elogiam e admiram.

    Vai ser bom e de certeza muito estimulante, poder voltar a ter-te mais perto e acessível.

    Um grande abraço

    Zé Manel

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  47. Maria João Carvalho8:23 da tarde

    Francisco,

    Contigo partilho essa paixão pelo Douro e pela nossa linda cidade que é o Porto... alguns motivos para esse sentimento são concretos e identificáveis, mas prefiro aqueles que apenas são sentidos e que dificilmente se exprimem por palavras (embora tu o consigas fazer de uma forma tão própria e fantástica!!).

    Da mesma forma que tens o Douro e o Porto marcados na alma, nós começamos a ter os teus textos, pensamentos e opiniões marcados também na nossa rotina... e que marca tão boa... que nos faz sempre pensar um pouco... tanta perspicácia, inteligência, provocação e sempre com aquele toque "mágico" e cativante de bom humor... a receita perfeita para a criação de um vicio que tanto prazer nos dá!

    Parabéns primo!! Que continues a alimentar este nosso vicio por muito tempo e sempre com o Douro como fonte de inspiração! :))

    Beijinhos,

    M.ª João Gouveia de Carvalho

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  48. Tenho uma confissão a fazer - ao contrário de muitos dos que já fizeram comentários (já lá vão 46 rabanadas), só episodicamente dei umas espreitadelas no Nortadas, sempre para ler os textos que o Douro ia "construindo". De facto, não estou muito motivada no momento presente para ler comentários, crónicas, notícias sobre o mundo, o país e a cidade em que nasci.Deixei também de ver telejornais, debates, de ler jornais/revistas porque os assuntos abordados não me trazem nada de novo e me dão uma imagem de um "mundo" em que não me revejo. Espero que este desencanto se dilua com o passar dos dias.

    Admiro, no entanto, a tua determinação, Chico, a fé que ainda tens de que o teu contributo pode ainda "levantar o nevoeiro" em que estamos mergulhados e, por isso, assumo o compromisso de aqui vir com mais frequência.

    Por outro lado, acho que tens um dom - sabes cativar muita gente com a tua prosa, mesmo aqueles que nem sempre concordam com os teus pontos de vista - e este blogue e todos estes comentários são bem a prova disso.

    Acho que decidiste virar a página, que quiseste talvez ser mais transparente mas não sei se entendi bem o timing escolhido, mas isso fica para outra conversa ...

    O rio corre sempre para o mar ... Tenho a certeza de que tudo o que escreveste e vieres a escrever correrá também ... para tornar o mundo melhor...
    Beijo

    Teresa Vasquez

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  49. Não sou leitora de blogues mas tenho ouvido falar do Nortadas e hoje fui alertada pelas minhas filhas de que algo de especial tinha acontecido......Vim ver, e que surpresa ao ler todos os comentários que foram feitos à tua decisão de dares a cara e à tua escrita. Não tenho lido os teus textos, mas temos falado e discutido sobre muito do que se passa neste "cantinho" e mesmo quando não estamos de acordo é bom ouvir as tuas opiniões que me ajudam a ver a razão ou falta de razão das minhas.......
    Vai em frente e continua a dar a tua visão sobre os acontecimentos.
    Um beijo da
    Rosarinho

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  50. Our pleasure, mr. smith!

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  51. Este comentário foi removido pelo autor.

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  52. Francisco : para ti (e para mim também):
    "Escrever é preciso. Viver nAo é preciso.
    Não sou nada. Nunca serei nada.
    Não posso querer ser nada.
    À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
    NAo me atravo de contestar um poeta tAo grande como o Fernando Pessoa.
    Mas viver também é preciso. Nos lugares que amamos e que tentamos tornar melhor do que possivelmente sejam.
    Sempre gostei da tua prosa!
    ELSA
    (di brabante - de roma)

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  53. xico
    sigo o nortadas e não posso deixar de te dizer o quanto aprecio as tuas rabanadas
    digo mais, partilho de grande parte dos teus pontos de vista e só espero poder continuar a ter o gosto e previlégio de os continuar a ler agora com o seu autor revelado
    O Douro, o Mar e o Porto fazem muita falta...anda daí para vermos levantar o nevoeiro
    um abraço
    eugenio braga

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  54. Num dia de nortada o DOURO entrou-me em casa! Atrevido, cheio de força e que carácter...Instalou-se e que exigência!

    Tornou-se passeio obrigatório de fim de tarde de toda a família, com tudo o que é preciso para revigorar a mente!... O corpo é que se recente e a cadela também. - Mas não há tempo para tudo...

    Hoje é o CHICO. Que entusiasmo ter um amigo tão presente... a entrar-nos em casa assim todos os dias.

    Continua a a molhar-nos os pés e a salpicar o que for preciso que nós gostamos.

    Um bem haja.

    Margarida

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  55. Tendo sido eu a primeira a comentar, não compreendia os protestos que recebi a noite toda por não ter ainda deixado um beijinho aqui. Compreendo agora que o meu canto está fechado neste planeta maluco.
    De Tóquio segue mais uma beijoca repenicada e cheíssima de orgulho. Aqui temos o Sumida que não é tão bonito, mas sempre é um rio :)
    Cá te espero querido pai!

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  56. Força! que a partir de hoje os teus posts vão saber melhor! Um grande abraço.

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  57. Vou desenrolando este lençol de comentários e fico sem palavras. E assustado. Terei manipulado as emoções e chatageado os sentimentos a ponto de montar uma mera operação de culto da personalidade? É verdade que eu próprio suscitei reacções ao post, invocando a necessidade de um biombo que desencorajasse certos fantasmas que me esperam em esquinas imaginárias. Mas agora...já não sei.
    Sinto o abraço de cada um e toda a generosidade que vem nele. Devolvo-os ao colectivo do blogue, pois é do blogue que se trata: um "Nortadas" que seja uma tribuna, um látego e uma esperança fresca. Mãos à obra.
    Por todos e a todos, obrigado!

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  58. Nasci no Porto.
    E choro. Mas choro de emoção e orgulho ao ver um meu conterrâneo firmar as mãos sobre as ancas e, de queixo altivo, abrir o peito - não aos toiros, que isso é lá mais para baixo... - mas à chuva e ao vento, essa nortada que nos estraga o Verão mas nos afina o carácter. O Douro continua a rasgar vales em montes xistosos, a transportar gentes e ideias e, por fim, a desaguar num oceano de azul. O Douro é o Francisco de Souza Fialho, bem o filho-de-seu-pai, esse Fialho a quem o meu avô, pilar de intelegência, humanidade e rigôr, se referia sempre com grande admiração e carinho. Levantou o nevoeiro. E agora brilha o Douro e brilha o Francisco. E são veras as palavras do poeta: "Para seres grande sê inteiro, nada teu exagera ou exclui".
    Bravo, Francisco! E obrigado pela tua coragem e pela tua vontade de fazeres a diferença.
    Recebe um abraço deste teu Amigo.
    Carlos F. de Beires Côrte-Real

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  59. Que boa ideia a sua de "levantar o nevoeiro"!
    Fui a um dicionário duriense e encontrei: nevoeiro=qualidade dos bons funcionários.
    Não é dificil de entender esta definição: o bom funcionário, para bem funcionar, deve ser pouco critico, para não provocar gripagens na máquina funcionária. Também deve ser dócil aos chefes, para não os perturbar nas suas superiores tarefas. Dai, as normas "sábias" que convidam os bons funcionários a não cometerem a bizarria de manifestar espirito critico, ou de chamarem a atenção , em voz alta, para as gripagens das máquinas funcionárias.
    Diz a experiência que as grandes mestras nesta arte nevoeira são as instituições religiosas, e a mais conhecida entre nós usa a água benta com abundância para manter enevoados os seus bons funcionários.
    Constato que certas instituições europeias resolveram seguir este exemplo eclesiástico milenário: se queres ser bom funcionário=torna-te homem e mulher do nevoeiro.
    O meu caro amigo Francisco Fialho tomou a boa resolução de soprar uma boa nortada nos nevoeiros portucalense e bruxelense. E ainda bem!
    Aprecio a sua inteligência critica que me faz repensar critérios e opiniões e me convida a não ficar bem sentado a ver os acontecimentos passar.
    O Francisco, levantando o nevoeiro de bom funcionário, dá-me um exemplo discreto mas firme de cidadão pensante e actuante. quer no "jardim à beira mar plantado" quer na "eurolãndia".
    Bom, caro Francisco, com o nevoeiro levantado, vamos lá ver que nortadas nos vai oferecer.
    Um abraço aqui da "Eurolándia",
    frei Eugénio Boléo

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  60. Carocha (Maria Fialho)3:00 da tarde

    Grande Rabanada,Frei Eugenio Boleo !To the point.

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  61. Hola!
    Nunca es tarde para felicitar,realmente me encanto el escrito y la carga de sentimiento y despertar que tiene su mensaje..y como no? Si esta tierra, su rio y su gente son de gran admiracion.

    Le Auguro éxitos en su iniciativa y continué enriqueciendo a sus lectores con sus Nortadas!

    Saludos de esta Suramericana que vive cautivada por el Douro también.

    Ana Burgos V.

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  62. Miguel-Ángel10:29 da manhã

    Querido Chico,

    magnífica iniciativa. No conozco bien ni Porto ni "o Douro", pero si sus pobladores son como tú, valientes y apasionados, tendré que ir urgentemente a conocerlo mejor !
    Un abrazo,

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