Há um manto branco na cidade.
O frio ficou mais seco e o ar mais leve. Os passos na neve têm um som especial. Tudo vai mais devagar e é menos barulhento. Demora-se mais a chegar onde se quer mas chega-se lá e, afinal, esse mais tempo não cria problema nenhum. Se calhar, porque tudo o mais também baixou de ritmo. As ruas estão mais vazias e os casais dão-se os braços ao atravessá-las. As pessoas tocam-se mais, talvez porque simplesmente se desejam boas-festas ou se despedem até para o ano, mas eu acho que este branco ajuda.
E, como dizia a Ana, entra-se na cama com a sensação de que há um barbudo que vai descer pela chaminé.
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