terça-feira, setembro 08, 2009

MEMÓRIA

Portugal tem mesmo memória curta e não aprende nada. O PCP e o BE andam por aí a fazer propostas perfeitamente anacrónicas e erradas sob qualquer ponto de vista (mesmo do deles e dos problemas que supostamente querem resolver) mas ninguém parece estar em condições de lhes responder à letra por razões que desconheço. Não se compreende a passividade e resignação com que na comunicação social e nos debates são encaradas as propostas económicas da extrema-esquerda. Tudo se passa como se aquilo que dizem tivesse algum sentido ou sombra de razoabilidade.
As nacionalizações ou confiscos a torto e a direito apregoadas pelo PCP e pelo BE até admito que pudessem ser recebidas com algum interesse em qualquer outro país atrasado que não Portugal. O facto é que nós conhecemos o remédio que nos querem dar. O país sofreu uma das maiores crises económicas e financeiras da sua história na sequência da colectivização e das nacionalizações de 1974/1975, de cujos efeitos ainda andamos a recuperar mais de trinta anos passados. Propor a nacionalização, desprivatização ou confisco, o que quer que se queira chamar, da banca, da energia, das telecomunicações e de outros sectores é perfeitamente errado do ponto de vista económico e ineficaz numa perspectiva social, para além de impossível e irrealista na União Europeia e no Século XXI.
Eles não sabem do que falam (chega a ser ternurento ver Ana Drago dizer que só seriam confiscadas as acções dos grandes accionistas e que os pequenos as poderiam manter, como se estas acções dos minoritários depois do confisco pelo Estado valessem alguma coisa, e também é caricato ver Francisco Lopes do PCP, que segundos antes clamava contra os lucros exagerados das empresas de energia obtidos à custa do tecido produtivo, afirmar que com a gestão do estado as empresas intervencionadas ainda dariam mais lucro, à custa não se sabe de quem).

1 comentário:

  1. "...impossìvel e irrealista na União Europeia...": eu diria que irrealista talvez mas caberia demonstrà-lo, mas impossìvel? O artigo 295° do Tratado não exclui as nacionalizações e como sabe ocurreram recentemente alguns casos em paìses da União e nomeadamente no sector bancàrio. Creio que a unica condição que o Tratado impõe é que as empresas respeitem os principios da livre concorrência e de uma economia de mercado aberta, mas isso não implica que o regime de propriedade das empresas tenha de ser privado e nada obsta à existência de empresas publicas ou à nacionalização de empresas privadas. Feito este pequeno reparo, concordo com a chamada de atenção do BLX e com a sua posição de princìpio.

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