sexta-feira, julho 24, 2009

Ver pela rama


Nuno Rogeiro assina no Jornal de Notícias de hoje esta coluna.
Diz de sua justiça sobre o que se passa no Turquestão Oriental, vulgo Xinjiang, país dos Uigures, ocupado pelos chineses.

E presta um serviço inestimável às autoridades de Pequim: é tudo obra de uns "jihadistas" furiosos, manipulados pela al-Qaeda e cegos no seu fundamentalismo islâmico. O próprio Rogeiro falou com eles e percebeu tudo. Foi numa visita guiada a Guantánamo.

O Rogeiro nunca pôs os pés no Turquestão, como eu aliás, mas da sua poltrona lisboeta e dos seus livrinhos e fichas conseguiu resumir a situação: há ali dedo de Allah. Pequim vai concerteza convidá-lo brevemente, se alguém na embaixada chinesa se dispuser a dar por ele.

Estes escribas rápidos são um maná para os novos imperadores han.
E um alívio para os directores de jornais: enchem papel e não criam chatices com os poderosos.

6 comentários:

  1. Se ao fim da série de três artigos, o que lhe sobra é esta conclusão, não lhe gabo o rigor da leitura...
    O que fica claro é que o "islamismo" é apenas um dos dados do problema. Se não, não era "batata quente"...
    Esrive no Turquestão, mas só conheço Urumqi uma cidade dos arredores, é verdade. Qual é a área que o meu caro amigo, "escriba lento", imagino, conhece...?
    Nuno Rogeiro

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  2. Dando de barato que quem assina o comentàrio anterior é o pròprio Nuno Rogeiro, recomendo-lhe que releia o post, onde digo preto no branco que nunca puz os pés no Turquestão Oriental, pelo que a sua pergunta fica sem objecto; assim jà somos dois a quem não cabe gabar-se o "rigor" da leitura. A mim, a embaixada chinesa não dà visto nem autoriza que là và. Eles là sabem porque é que os dão a uns e não dão a outros.
    Quando à substância, repito: o Rogeiro liga no seu artigo os nacionalistas "violentos" à al-Qaeda e conclui a sua redacção a dizer que são jihadistas que querem impôr o Corão ao mundo inteiro, e não a mera independência do Turquestão, ou seja o discurso chinês chapadinho. Aproveite também para reler esses seus ultimos paràgrafos, jà agora.

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  3. 1. A embaixada chinesa conhece-o? Como resistente Uighur? Estou extasiado.

    2. Os "violentos" não são nem nacionalistas, nem islâmicos, mas "islamistas", e trata-se de uma minoria dentro do movimento Uighur.
    As correntes "liberais", "pró-turcas", seculares e nacionalistas tradicionais são mais importantes, até porque são mais antigas (como se mostrou nos artigos da série), mas estão divididas quanto aos objectivos políticos.
    Dái à manipulação da causa por um punhado que a desvia, vai um pequeno passo.
    O que resulta, nos comentadores duros - perdão, Douros - em dois tipos de primarismo:
    *Reduzir o problema Uighur ao problema da Al Qaida.
    *Ignorar, no problema Uighur, o problema da Al Qaida.
    Essa a questão. Mas presumo que qualquer esclarecimento seja desnecessário.
    3.Claro que a iliteracia é o menos. O pior é a sugestão, típica de um espírito mesquinho, de que o autor "rápido" está ao serviço da China.Quem é vossa excelência para me dar lições de rebelião contra o imperialismo, ou a favor do destino dos povos oprimidos.
    Eu tenho estado nessa barricada, desde há muitas décadas, mas duvido que o conheça de lá.
    Aliás, se a ofensa viesse de outro que não um corajoso anónimo, merecia uma bofetada.
    Assim,basta o desprezo.
    NR

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  4. Você desagua depressinha na ameaça da bofetada, o que se compreende à falta de melhor. Quanto à coragem do uso do pseudònimo, reparou tarde nela, o que cheira a requentado. Mas vamos ter oportunidade de nos cruzar e então mostro-lhe o bilhete de identidade mas quero em troca essa bofetada. Valeu?

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  5. Ou seja: continua a gozar do seu cobarde anonimato. E a desconversar: não há um grão de pensamento no seu comentário.
    Acho bem.
    Não nos desiluda.
    Sobretudo, não nos desiluda.

    As melhoras, santinho.

    NR

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  6. A propósito de islamismos: se bem me lembro, aqui há tempos o Rogeiro, numa demonstração de bom senso, foi ao Irão a uma certa conferência, com grande sucesso, apesar dos avisos do governo português.

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